Tuesday, 19 October 2010

Save a prayer


então permaneço aqui, nesse escuro, nessa dúvida, nessa farsa envolvida em meus dedos por tanto tempo. imaginar que sua voz vai além de seus egos, é mais provável quando se tem um pouco de sanidade, quando a certeza dela não se faz passional.
passando numa rua, fim de noite, olhos desfocados, peito vazio, muito barulho do lado de fora, do lado de dentro também, mas, ah, não ousaria escutar nada além do meu silêncio. percebi que o caminho que estava sendo feito, não me afetara. não era uma luz para seguir por minutos a fio, ou o tempo qualquer que quiseres. dessa rua, na rádio, tocava uma música triste, que joga você pra um funil de sentimentos exatos, mas que não são palpáveis nem muito menos afáveis. ah... meu bom dia vai pra tristeza, pra única sensação real que experimento, que tenho comigo, do momento que acordo até apagar em cores oníricas. mas não deveria ser tão espesso o tamanho da veracidade que ponho em linhas, aqui. poderia, até, mas não pode ser verdade se não fazes verdade para você, loucura. e mais uma vez, estou até indo bem, estou aprendendo a ser apática novamente, aprendendo a ser uma só em três. então, não me peça para sorrir, não me traga uma prece feita de alegria e esperança, porque danço assim mesmo, nessa velocidade, em uma noite inteira, sozinha, dois passos pra cá e dois pra lá, movo o pouco que me restou de leveza com uma ânsia tão brutal que é confundida com calma. é como arrancar todos os poros de uma árvore e ela ir murchando devagarzinho, sem pressa. não duvide da dor que a calma não aparenta, ela é o dobro da sua insanidade calculada e grotesca, em formas e gostos diferentes. a minha calma é o calar que ponho na balança junto com sua agressividade ávida e faminta. meu calor é pálido, devagar e bem instável... então, não. não me traga suas preces, amor. não me deseje sorte ou paz, guarde para de manhã, me chegue com um bom dia tão maior que minhas desilusões, me pergunte como foi sonhar longe desse inferno enquadrado por tanto tempo, me faz um café bem forte, toma meia xícara, então, me dá o resto devagar, pra ter vontade de beber pra sempre, metade de você. mas não essa reza por paz de qualquer coisa, esse cuidar direcionado e inflamado de nada por se saber. chega em mim, tristeza, bem cedinho, provavelmente estarei acordada, te esperando bater em minha porta, mesmo ela aberta... bata. vou continuar surpresa, vou sorrir baixinho, pois tenho vergonha, meu sorriso é tão bobo, tão vitral que não preciso te-lo comigo, para não me sentir tão boba assim, nessa moldura. e quando for de noite, mesmo sem ter passado o dia, ao fechar os olhos, ao sair no escuro, ao procurar um rastro de azul no meio de tanta bagunça nessa dança mal colada, me pede a mão, me enche os olhos, me trague por inteiro, mas não me faça essa prece agora, não... guarda ela pra amanhã de manhã. pro bom dia se encher de devaneios de novo, pra dar o que nunca foi nem aspirado em voz alta, à minha loucura que pouco a pouco se faz mais real e visível no claro do dia. bom dia, loucura, segura a minha mão forte, para ninguém nos ver na luz,


Tuesday, 24 August 2010

Dorothy Lamour

, com amor te matei.

and there was night, like it always have been here inside. the steel in my eyes and the bitter taste in my mouth,
consume the rest of my words, with silence,

... porque ainda logo, faço ou disfarço ao entornar
mais um gole, mais uma garrafa
de todo esse estilhaço que me deixa em, .

em outra cena, com um alto nível de razão, sentimentalismo barato e coberto por normalidades não casuais, encontro um pequeno rastro de uma possível epidemia, resultado de uma insatisfação irracional, vinda de um visitante quase alegórico, para aquela cena, para aquele canto todo, em um só tom. o visitante chegou, não sabia se havia morrido ou se delirava - a olhos nus, finalmente - e se deparou, primeiramente, com um sono, perdido em todos os seus anos ansiosos por qualquer coisa. então ele dormiu, perto de uma pedra, entre dois ou três arbustos vermelhos. ao acordar, quase um dia depois, não vestia mais saudade, nem muito menos destreza calçava. levantou-se, não entendeu o que se passava ali, mas não hesitou em aproveitar o momento sem questionar. era a primeira vez que não colocaria uma questão no topo de um sentimento. não guardaria o seu humor para o escuro, que, outrora, preenchia seu peito. o visitante andou até suas pernas pararem e sentarem em um enconsto velho de madeira, próximo a uma estreira vila do lado esquerdo de sua caminhada. esquerdo, veja bem. esquerdo. então, como se estivesse condicionado aquilo, levantou-se ao ver uma mulher, pálida como uma luz opaca, e eles ficaram ali, se falando no silêncio, esperando o próximo passo a ser seguido. e então as suas mãos procuraram as da moça pálida e nesse momento, escuta-se uma tempestade de areia para interceder na passagem. eles estavam em outra cena. agora estariam vivos? ou mais uma vez, delírio? e foi delírio? agora não mais tinham o silêncio. e no lugar dos sons mudos, cores mortas, pois não mais poderiam ver. só tocar ou cheirar as incertezas. teriam que ser guiados pela mútua confiança adquirida pela situação. - poderia ser qualquer cor, o visitante pensou. poderia nem ser, talvez. acrescentou a moça pálida. eles conseguiam sentir o cheiro do vermelho, o sabor do pesar de uma palavra, foram paralizados, então, cristalizados. outra cena. silêncio não mais, nem muito menos a cegueira. esses deram lugar ao não sentir. mas antes que isso se eternizasse, que ficassem estáticos, inertes, na fala muda um do outro, na visão insuficiente de ambos, fez-se o delírio. as cores voltam a ser uma por uma calculadas exatamente no ferro e fogo que pudessem vê-las, senti-las, cheira-las e até adiciona-las ao que quer que fosse. mas antes disso... outro delírio, outra loucura. o tudo virou negro, frio, pequeno, ia diminuindo e o visitante nada mais podia fazer, não dispunha de seus sentidos. estava possuido por uma fadiga cruel e que não fazia o mínimo sentido. casual. então a paralizia tomou a languidez da moça. estavam no centro da mais improvável realidade. não se andava mais, nem a respiração. outro delírio. outra cena. dentro de uma bolha, uma bolha que sucumbia a outra e outra e cada vez menos bolhas, numa relação inversa ao plausível. então eles foram devagar aterrisando em outra atmosfera. suas mãos se encontravam, suas cores se confundiam, agora tudo parecia mais próximo ao... nada real. outro delírio. voltaram os movimentos, agora eles só voltam, andam de traz para frente e também o pensamento e sua corrente de níveis de isolação. seus desejos se resumiam a experimentar o que não faria o mesmo sentido de uma cena passada. e depois da bolha, do silêncio, da paralizia, da cegueira, a loucura ardeu e perfurou suas hipoteses absurdas e prováveis uma a uma, devagarzinho, voltando sempre para exterminar a certeza também.
tive que sair da sala, estava na primeira fila e um só tiro àquela distância, não acertaria todos os meus insólitos pensamentos. a sala logo ficou vazia, talvez não percebera que eu era o único ali. as luzes acesas, a tela desligada. estava tão perto do the end,
...
a tua cor, o teu nome, mentira azul!
tudo passou, teu veneno, teu sorriso blue...
ai, hoje eu sou água-viva nos mares do sul
não quero mais chorar, te rever, dorothy lamour.








Tuesday, 10 August 2010

Coração selvagem

meu bem, guarde uma frase pra mim dentro da sua canção, esconda um beijo pra mim sob as dobras do blusão. eu quero um gole de cerveja no seu copo no seu colo e nesse bar... meu bem, o meu lugar é onde você quer que ele seja. não quero o que a cabeça pensa eu quero o que a alma deseja.: arco-íris, anjo rebelde, eu quero o corpo, tenho pressa de viver... mas quando você me amar, me abrace e me beije bem devagar, que é para eu ter tempo, tempo de me apaixonar, tempo para ouvir o rádio no carro, tempo para a turma do outro bairro, ver e saber que eu te amo. meu bem, o mundo inteiro está naquela estrada ali em frente, tome um refrigerante, coma um cachorro-quente. sim, já é outra viagem e o meu coração selvagem tem essa pressa de viver.
meu bem, mas quando a vida nos violentar pediremos ao bom deus que nos ajude, falaremos para a vida: "vida, pisa devagar meu coração cuidado é frágil; meu coração é como vidro, como um beijo de novela" meu bem, talvez você possa compreender a minha solidão, o meu som, e a minha fúria e essa pressa de viver e esse jeito de deixar sempre de lado a certeza e arriscar tudo de novo com paixão. andar caminho errado pela simples alegria de ser. meu bem, vem viver comigo, vem correr perigo , vem morrer comigo! talvez eu morra jovem, alguma curva no caminho, algum punhal de amor traído, completara o meu destino. meu bem, vem viver comigo, vem correr perigo, vem morrer comigo, meu bem, meu bem, meu bem ...

Sunday, 8 August 2010

Quelqu'un m'a dit

after a while I still think it was no fiction, wasnt the first time that I saw her and your pale skin was just another way to say goodbye. and I meant to kidnap you that morning, but I couldnt and still ... what should I feel now when its dawn? how many times I thought: why dont you come? you look where I dont walk, can't hear you sing, I have no idea how to go away, or, - its suppose to be so simple a word, a smile - living in a poem, like me - poor mind - you should understand, I'd surely fall for you and I badly did it. so believe that all the fleurs I'd give, but see: I dont know how to start. it doest matter when your words are said only inside your mind and could make sense if... if its said.

c'est secret



Monday, 2 August 2010

The sound of silence

sobre o quase, o azul e o rude imaginário

aproveitando o silêncio que embalava o mais intrínseco passeio ao surreal, no meu jogo de lembranças falhas, vi os dois lados. a lua num clarão, ainda doendo nos ossos, ainda distante e irremediavelmente só. minha boca beijava o vinho ainda, ja rasgado e pela metade. e depois, mais um pouco de paciência e volto ao estado rude de outrora, de estar repleta de amargura e convencida de ser o certo a se fazer. mas vejamos pelo terceiro olho, jack. acordei e tudo estava atravessado em rodeios, em poucos sinais de imaginação. fui caminhando, passos magros e opacos, até a sala, que não estava mais vazia, eu a desejei tanto com todas aquelas flores e luzes, toquei o mais triste disco que me conduziu ao escuro, ao escuro, dançando no escuro, o veludo azul, mais uma vez, eu procurei respostas naquele escuro, dois pra lá, dois pra cá, os sussurros invadiram o silêncio, de repente os botões da minha camisa amassada transformaram-se em pessoas ao redor sem ao menos moverem-se, esperando aquela dança terminar, quem sabe não seria a música de qualquer um, após o veludo azul? tão sutil quanto, tão triste e confortante até mesmo para uma dança solitária como aquela, onde só se via o azul do veludo, nada do soft, baby. quando a música terminou de tocar, afundei minha cabeça em perguntas sem explicações, sem gostos, sem definições e todas as pessoas tinham desaparecido, não ouvia-se mais os sussurros, que parecia que eles só escutavam, mas não ouviam e nem ousavam pertubar aqueles tons, aqueles sons que me embalavam no silêncio. ninguém viu, o eco do silêncio, as pestanas em preto e branco, quase matando as cores neutras rastejando por uma luz. e o meu quase azul rude permaneceu após as vírgulas, me embalando no silêncio, me entorpecendo sem cair, sem agir, um só olho aberto, tentando não enxergar nada além das cores opacas do escuro, para no escuro permanecer, sem a busca pelo tudo que te restou, ou o nada que te tomou.




Saturday, 24 July 2010

july 24th

sobre o dia-noite e algumas questões de propulsão não-aleatória

Agora eu era o herói
E o meu cavalo só falava inglês
A noiva do cowboy
Era você além das outras três
Eu enfrentava os batalhões
Os alemães e seus canhões
Guardava o meu bodoque
E ensaiava o rock para as matinês

Agora eu era o rei
Era o bedel e era também juiz
E pela minha lei
A gente era obrigado a ser feliz
E você era a princesa que eu fiz coroar
E era tão linda de se admirar
Que andava nua pelo meu país

Não, não fuja não
Finja que agora eu era o seu brinquedo
Eu era o seu pião
O seu bicho preferido
Vem, me dê a mão
A gente agora já não tinha medo
No tempo da maldade acho que a gente nem tinha nascido

Agora era fatal
Que o faz-de-conta terminasse assim
Pra lá deste quintal
Era uma noite que não tem mais fim
Pois você sumiu no mundo sem me avisar
E agora eu era um louco a perguntar
O que é que a vida vai fazer de mim?

Sunday, 18 July 2010

Glósóli

sturlun við fjar-óð, sem skyldu-skrá. og hér ert þú, fannst mér...

o que haveria para fazer, não seria o desabotoar da minha camisa, ou o barulho do seu riso. não seria páreo para nada do que foi sentido, do que seria uma vírgula em aberto, para você, então, continuar. preciso desse estado para sobreviver, dessa ânsia continua, desse desejo incontido, dessas palavras mudas, do muito que tende a sumir. o frenesi, a minha loucura urbana, na velocidade de uma taquicardia imediata. dulce, finalmente, meu amor, te encontrei, e é pra você: um jardim de pedras, entre o tudo e o nada. e agora, querida? você... você que pouco fará da minha insanidade barata, do meu sorriso desamparado, do meu discurso sem voz, da minha submersão para o fim de tudo. e agora, dulce? e agora? e teu verde que me corrói os ossos, que me mata em frisson, de paradas outra vez contínuas. o teu nome que grito em silêncio, que pensei que pudesses escutar. e agora? dulce, não me leve a mal, eu só precisava te encontrar, te dizer, te tirar daqui. porque só o que me acalmou foi o teu nome na canção, perdido... gritando o que eu não poderia dizer, me confundindo a realidade, outra vez.

dulce, estou tomando uma dose atrás da outra, só para condizer com o drink ao invés do que se sente. estou me enterrando em danças sem par, no escuro, num ritmo que poderia imitar um bolero mudo de uma noite quase muda. já não saberia responder, ao abrir a porta, que era você, incontestavelmente. encenei reconhecer suas mãos, precisaria de um pouco mais de surrealismo para continuar com a cena. - minha mente está me dando vida ou morte? - [...] era você, dulce, no carro, no rádio, na estação, na tarde perdida, no pesar indireto, na ponta do meu lápis, no meu tédio, no filtro do meu cigarro, nos botões do meu blusão, as vozes na minha cabeça! ah, fannst mér... songes et mensonges, de cor.

"nú vaknar þú
allt virðist vera breytt
eg gægist út
en er svo ekki neitt
[...]
en hvar ert þú..."





Friday, 16 July 2010

Moonlight


onde a loucura e a gentileza se encontram? ...





Thursday, 15 July 2010

Pale blue eyes

sobre um bolero inacabado

ah, mudei de conversa pra não falar, dobrei a esquina para não ver...
jack, jack. tinha aquele outro, aquele outro atalho, não vê? aqueles vinis, todos água abaixo, aquelas uma, duas, três, três fotografias de um palco batido à mão, de um estreito lógico à margem de um nada, de uma idéia tão próxima de outra que poderia parecer irreal, de alguns goles, de todo aquele verbo ser, na terceira pessoa no singular, modo indicativo, presente do indicativo. do que indicaria o que não seria, não seria, não? não, não. não, não... mas foi. não, não disse não. não poderia. gentilmente te colocaria a minha frente, para não ter como não olhar, porque não teria como lembrar de outra coisa, não seria uma promessa aleatória, seria qualquer coisa que pudesses, um tom a mais, um gole ou dois, um cigarro antes de apagar, ah, outro gole, e mais outro, até embriagar-se para esquecer. poderia ser até um sorriso, um passo em falso, uma leitura indireta, algo inacabado, perto de ser ou de desaparecer. poderia ser um único olhar sério, aqueles que você precisa sorrir para não comprometer o coração, para não parar em batidas distantes, imunes... teria que dizer ao meu coração que sou imune, eu disse, mas ninguém me leva a sério, loucura. ninguém me leva a não ser por alguns segundos. então para que falar? o amor engoliu meu silêncio, a loucura roubou tudo outra vez,



Monday, 28 June 2010

Lazy eye

sobre o pouco que me atinge,

um sentimento não elimina o outro. é a questão social que vai contra a minha loucura, que me despedaça em pequenas ilusões, ilusões essas que crio na minha cabeça para suportar o peso de não ser. ou de ser mais que o provável. não penses que o perdão é algo fácil de dizer, ou que chances são dadas pelas circunstâncias. não deixe o fogo subir a sua cabeça, ou o gelo tomar conta de suas mãos. por mais óbvio que possa aparentar, os meus dois olhos não vêem a mesma coisa. tenho um olho torto e outro no céu. e o que me resta é acreditar no provável, no piegas, nas questões fora da linha, para enganar o seu inconsciente, para ver o que não está à vista, e agora que todos os sinais estão - quase - me enganando, não tenha tanta certeza assim, mesmo o retrato de um inimigo perfeito, não deixa só a sombra da dúvida em uma cabeça partida em três, esmagada pelos pontos surreais que a cercam. parte dela sabe o que pensar e o que pensam também. bom dia, minha amarga loucura, bom dia e me sabote mais uma vez.



Monday, 21 June 2010

Fairground

monólogo sobre a relatividade e a fórmula do abstrato concreto

jack: o que você faria se a vida ficasse sem graça?
ben: procuraria graça
jack: onde?
ben: a gente não sabe essas coisas, por isso a busca. até sabe,
mas é muito abstrato pra sucumbir ao consciente
jack: o que mais que é abstrato?
ben: qualquer coisa é abstrata e concreta, é relativo,
depende da forma que você quer vê-la
jack: então, quero saber a forma que você vê
ben: eu vejo a dualidade, você sabe
jack: eu não sei
ben: o outro lado de qualquer coisa, o abstrato transforma-se em concreto
tanto quanto o concreto em abstrato
jack: o que você procura?
ben: eu procuro uma vista
jack: como assim?
ben: uma vista, qualquer coisa que possa me prender, uma vista.
eu acho que procuro poesia
jack: tem mais poesia do que viver por amor?
ben: tem. não viver
jack: morrer?
ben: não, não viver o amor. logo, morrer
jack: nao viver o amor é poético?
ben : mas a morte seria a consequência
jack: então acho que nunca soube o que é poesia.
ben : poesia its all around us, é tudo, depende de como vc vê
jack: tudo depende
ben: sim
jack: a relatividade
ben: é
jack: nada de certezas, só relatividades, relações
ben : sempre achei a certeza uma pretensão, mas isso também é relativo
jack: pois bato no peito!
ben: you know.
jack: I dont know.
ben: I wish you do...
jack: e sumir na fumaça


Thursday, 17 June 2010

Lipgloss

sobre a marca carmim

but a mutant couldnt have so much love. couldnt, couldnt. what is love, anyway? it such a human feeling after all. what is the way it should be? there is so many ways to have a heart, to have two hearts in just a hand... i just suffocate at night, thinking in how deep can be or how sweet. and all i could do was whisper: one more solo, babe, one more beat, once again us... liquidating my senses one by one, word after word, this heat freezing my eyes, blinking slowly, creeping into my bones as an appeal, a last one.


[...] ah, se eu soubesse que você iria se casar, não teria nunca te deixado esperando, com aquele vestido preto, atravessando a rua de baixo. quando me dei conta, lá estava ela, parada na minha frente, olhando fixamente para os meus olhos, sem não falar uma palavra sequer, eu morria de medo daquela sombra, que uma vez acompanhara a minha. quando eu nem imaginava que aquela pele pálida fosse uma outra forma de me dizer adeus. e foi. em meio a tanto alvoroço, ela dizia sim, eu, não, o que era noite já era muito tarde, ela completava a minha imagem opaca de 'boba apesar de tudo'. um dia saimos para jantar e, me roubando um trago, pude ver o jeito sem graça que pegava o cigarro light que estava quase no fim. então, pedindo descrição, ela pegou minha mão ao acaso, alegando saudade do que iria vir, do que nunca chegaria a vir, imaginei como seria arrancando um tufo de cabelo por insegurança, não sei o que aconteceu depois. agora você casou, está tão frio aqui, estou queimando com essa jaqueta, baby. agora sussurro novamente por mais um solo, mais uma batida, mais uma vez a gente, meu bem. e poderia ser mais uma rima barata de karaokê, falar o que só as paredes escutariam, mas, veja bem, já não falo tão alto assim, já não me permito gostar tanto assim, é tanto desaforo a flor da pele, é tanta pele cor de flor, cor de água, cor neo qualquer coisa. o meu amor ao velho oeste, o meu retrato de todos os bobos, a minha mão ainda trêmula, baby. ainda usaria a promessa da felicidade plena ao lado rubro da força, de permitir perder-me em somente uma cor de batom. mas you know, né? estão todas usando essa cor neo-qualquer-coisa. ah, não sei, não. o vermelho ainda me agrada aos olhos. ainda me sufoca a noite toda, me torce as vísceras ao avesso. os meus olhos ainda parecem um par de sapatos pretos, mas bem deep inside, tem uma pontinha que te enxerga de todas as maneiras, até como se fosse uma loucura qualquer. mas quanto ao lipgloss, honey, se você o perdesse, o seu amor do velho oeste mudaria de idéia na segunda feira para ir embora no domingo, te segurando pelo braço enquanto falas ao telefone, aquela marca nos botões, você correria sem nem pensar duas vezes, você perdera seu batom, baby, agora nada que você possa fazer irá trazê-lo de volta. o seu batom carmim de volta,



Friday, 4 June 2010

Mind games

the last time that I saw Dulce, she was right on that stairs, running to take a break and when I realize it, I was the maniac, spinning around to catch your air when you gone. I sat on the stage just to lay my head and close my eyes and I could barely see the tone or the colours so easily apart and being there... oh, I could die inside those eyes. If I look for a second or two, it would really kill my senses.
dulce, my dear, is Jack again, he's back. I dont want to get mad once more. where are you? you know, this anguish inside my void will drive me insane again, i'm biting my lips to keep in silence, and now there's blood in my mouth, cause I bite it hard. and when I feel this taste I meant to break the ice and just run, far away from anything - everything. I do believe in voices, even knowing that I hear them all the time, is a beginning to believe, but not with jack, he's too cruel, too human to scape. they keep telling me 'theres no emotion, gill.' when something is told so many times, even if it is not true - but they are so full of sure, you end up believing and getting in this mind game again, again, again. I could hear a thin voice say: "in your heart there's no emotion, and your soul, your soul just dried away. there's no love, no love left in your body; standing empty forever, and colder every day." ... but there's love, if you want it. and I suffocate at night, because its all poetry in my void, but just half, and half can be enough if you believe it, if you believe me.
dulce, please?

Sunday, 23 May 2010

Formulae

sobre a auto-sabotagem,

é bem simples perceber o tanto de amargo que há em você não conseguir concentração além de ser experimento - seu próprio experimento. eu tenho a voz rouca de ansiedade, de tentar retroceder o que não deveria ter dois lados, tenho um par de incertezas ao invés de ser um par. e tentar ser um par é uma tarefa para quem nunca e conformou com a realidade, em ser o exato complemento para o que, por hora, te faz perder o fôlego. e esse grito interno que te rasga ao avesso, numa tarde tão inóspita, que você pediu para eu estar presente e é tanta culpa que te consome, que te pega de surpresa, que eu poderia nem ter ido, poderia ter ficado dentro do seu estreito quase, passando em cada veia até te fazer parar de pulsar de vez. e se a tua loucura é dividida, em exatas três silabas, como fazes para suportar, sozinho, o peso de me perder? não tem nada por trás dessa cortina que te fere ao abrir, com todos os personagens daquela noite estragada por um único experimento, ben. você tenta dogmar a sua própria teoria, um conjunto inacabado de sadismo inconsciente. ... e te definiria como se soubesse mesmo quem és, te tirando o sono só para não te perder os olhos, observando em cada passo pra onde pende o teu espelho, pra onde cai o teu cabelo, de onde viria o escuro para te perseguir, de quantos modos você poderia sorrir, mesmo sabendo que o amanhã é todo frívolo, quase e praticamente irresoluto. e o meu apelo me rói os ossos, me vidra e consome, te imagino em uma única figura, enquadrada por um ou dois pedaços de branco e a qualquer momento eu poderia acordar para sentir novamente aquele estranho gosto terminal na minha boca. mas que seja devagar, que eu te leia devagar, para ter tempo de ver as entrelinhas, para ter tempo de você mudar o parágrafo que quiser, para não ter perigo de cair lágrima alguma no seu papel, nem que possa ver por trás da tinta, e todo dia, todo o resto que se dissolva, tudo que se ampara por um fio azul, e a minha fórmula foi regenerada para não ter espaço suficiente, para explodir o tempo inteiro, repleta de pequenos detalhes e também de evidências para guardar uma frase que for, escrita em preto, na minha pele, até misturar-se ao resto,



Tuesday, 11 May 2010

The crying of lot G

sobre a loucura,
e o resto que me impuseram, o perdão que não ouso pedir, as linhas que desaparecem e surgem em um oco espaço de tempo consciente.

tinha um pedaço de papel nas minhas mãos, guardado por um ou dois dias, que insistia em me perseguir, em me atrasar o pulso, me correr o peso, o peso em falso que tinha no colo - chamava-o esperança. dei o pedaço de qualquer coisa que era, estendendo não só a mão, mas as duas, de frente e em silêncio - não quebro o silêncio. e o que realmente restou de um piscar de olhos mútuo, repentino e convertente, foi o mesmo silêncio que me guarda. ah, não tem muita coisa a ser dita, então. são tantas as formas de você se fazer incompreendido, que não me desgasto mais em tempo de puxar o gatilho por tão pouco e nem seria pouco, mas o pouco é relativo e é estarrecedor, quero que seja pouco, então. mesmo que não fosse, era o que eu tinha e foi o que dei. mas tem um, dois, três egos a solta, a minha volta, dizendo tanto o quanto eu nunca pude ouvir, nunca pude separar ou compreender, pensando não ter a necessidade da compreensão aleatória e plena - não plena - e o que te faria pleno? e se te fizesse... você o desejaria mesmo assim? claro que não. maldita linha cravada no peito e em cada pedaço a flor da pele de nossa extinção gratuita. e esse jeito de sentir, de te sentir, por um instante me fez regressar a um lugar que a muito não desejei voltar, o outro lado. a luz que encontrei lá, por pouco não me cegou, por mais pouco ainda, não me sugou para dentro, para nunca mais apagar. ah, a loucura que assino com meu sangue, não age pelo fato de retroceder ao que não penso ou o que ameaço ser. ela age como o choro que rasga o chão que não tenho, o chão que me apontaram ser nulo, o chão que acertaram ser nulo, mas só por uma vez - e uma única vez é muita insolência - não espero respostas abstratas, nem procuro o ponto que falta para terminar a interrogação que se resume o todo que paira... a inércia nunca vai ser suficiente, nem muito menos um estado de espírito, nem vai ser sempre a mesma coisa, muda o tópico, a disposição, a inércia é um caos absurdamente pleno. o que te falta com ela? o que te sucumbe e te permite... ,
estou esperando dentro dessa maldita crosta rasa, ouvir o sussurro por trás de tanta chama, ouvir o sussurro me tirar a respiração, me trancar com algum inóspito. e também sombrio, inimigo, me dizendo que não é sempre assim, não é sempre assim, não pode ser sempre assim. aí vou parar, em tempo de cair, só para segurar a mão que sussurra, segurar porque eu tenho medo, e me dói mais dizer isso que qualquer outra coisa, a insanidade que corta os meus pulsos, que atrasa o meu peso, que desfoca o meu resto, que esmaga o meu ego, que deseja o teu laço, que consome a noite em um trago, que te traga em um piscar de olhos... te lê ao avesso,



Thursday, 29 April 2010

Crystalised

sinopse geral - monólogo dividido em três personagens: valentina, isis e theodore. quando o que mais incomoda é o tempo que resta,
é nele que é preciso se apoiar, pois em meio a três psiques em um mesmo corpo, a morte chega de formas e caminhos distintos,
que terão que se cruzar.


e no último passo, valentina chegou a theodore, como um espasmo chega ao piscar de um olho;

v - na minha disritmia, não poderia admitir algo tão banal como ter certeza de algum sentimento.
t - nos dias que passei inerte, com você, era só mais uma dose pequena que aspirava...
v - o que não desliga-se do fato de ser fatal, the.
t - o que não liga-se ao fatal de ser você, de sermos nós.
v - o que quer, então? me tomar de novo?
t - aquela cristalização, por hora, me faria desaparecer.
v - não o faria.
t - poderia passar o tempo que quiser.
v - não é bem assim... isis.
t - ah, mais uma vez para a metade auto diagnosticada em afasia!
v - anularia?
t - você e eu.
v - o que não seria dois, seria mais um.
t - não chegaria a mais de 2 palmos a mais do que estou...
t - é tão mais profundo do que pensas ...
v - profundo a não ser dentro de mim, de você.
t - você precisa nos ajudar a voltar ao começo ...
v - antes que eu seja paralizada,



Sunday, 18 April 2010

Don't let me be misunderstood

sobre a ânsia e o ad hoc

existe uma náusea mais intensa do que a ânsia, um pedaço insolúvel do quebra cabeça, que não há o que perceber. é mais uma forma de passar por entre os dedos sem sequer tocar a mão. no sistema que criaram, é bem mais simples piscar os dois olhos ao mesmo tempo, ao invés de um só. o cinismo corresponde a expectativa vazia de um porém. - nunca soube se me faço compreender ou se só acrescento perguntas abstratas em um quadro negro. - de qualquer forma, na medida do possível, o que há é que, estando de frente para uma rua tão escura e vazia, consegui ver a inconstante hipótese sendo falseada. a originalidade de tanta evidência ... um dia tão irresolúvel. ponto. mais uma vez ... a retórica sentimental! que é uma sede sem intriga anterior. é questão de poesia. essa conspiração já inflou meu delírio, essas paralelas distantes já não fazem tanto sentido quando são metrificadas. e esse caos cultural, que é inferior a qualquer razão linguistica, reduz-se a versos. é um grito ao avesso, não? esqueça toda essa pausa indiferente, que insiste em fazer parte, atravessando a parede e o punhal. e o meu grito é para o frenesi, para o sentimentalismo barato, para morrer de amor, sem precedentes e muito menos luto. o meu grito é para deliberar a ânsia de uma embriaguez contínua, embriaguez em uma elegia qualquer, fatal, para somente sobreviver o que se há para ficar. grito, o meu grito ao avesso não é alusão ao frívolo. é passional e repentino, como toda poesia deve ser, um relógio sem ponteiros


Wednesday, 10 March 2010

Alucinação

sobre o retrocesso e o inusitado

j - a sincronia do movimento das cores até o branco...

o - mas você está cercado por todas as partes. existe algo prestes a explodir em cada passo dado
j - dei o primeiro passo quando caí de frente para o verde daquela poltrona.
o - e então você sentaria para escutar o que foi, ser mais uma vez?
j - mais uma vez pediria um trago ou dois. mania de solidão.
o - a solidão ... estaria onde você me levasse.
j - estaria?
o - seria como quebrar o espelho,
j - vírgula?
o - quase.
j - quase?
o - vírgula... o espelho.
j - estou gritando em português, desta vez
o - não o faria compreender.
j - existem argumentos.
o - e a introspecção...
j - a última palavra ousaria prender, seria o sinal que me falta
o - onde me deixaste...
j - pense bem, essa luz azul, no meio de som algum,
o - estaria presa sem sequer preencher
j - essa rima urbana de pouco caso, sim...
o - e veria soar não como escutaram
j - uma de cada vez, um sentido por vez
o - a audição? o meu tato... meu terceiro, quarto olho
j - pararia e acho que você entenderia
o - ah, agora?
j - agora creio que seria muito tarde
o - agora é tão cedo, me deixa ficar
j - não vê?
o - por um minuto, pediria para ver
j - trocaria por um suspiro, seria tempo demais
o - não, não
o - feche os olhos, sim?
j - seria impossível não enxergar por trás de tanta banalidade
o - de tanta possibilidade
j - fatos.
o - não seriam...
j - gire para nunca mais parar, fale agora, mais uma vez
o - retroceda até o branco, até o branco e vá deixando...
o - não saberia me afogar em tão pouco, ou no azul...
j - cale o bege, o preto, o verde pardo.
o - eu só espero que esse tango dure,
j - dançaria no escuro, é estertor de tantas primaveras
o - desesperadamente...
j - poderia enganar a verdade
o - mais uma vez, não quero ver.


Monday, 22 February 2010

;

I can cheat you blind ...
while all of the sign are deceiving



So tonight that i might see

o simples fato de não compreender a negação efetiva e dominadora dentro de você, já é motivo para o perecer contínuo, que parece não ter fim tão cedo. mas aquele perecer vazio, que invade tudo aos poucos, com a calma de um coração acelerado... que te carrega ao fundo de uma estreita superfície. seria só gentileza clandestina, achar o silêncio uma vírgula tão mais dolorosa que a própria dúvida? e não seria a vírgula uma dúvida? ou só o começo de qualquer tentativa de final? nunca acreditei no ponto final. é mais pretensão ainda querer usá-lo metaforicamente em uma hipótese, ou até mesmo como eufemismo. a vírgula é eufemica sim. ela é a dedicação do desacelerado, o que custa de acreditar. é a margem da dúvida e o abstrato impossível de se concretizar. a lamentação perene, uma situação ou duas ou três vírgula quatro. é um salto no mar, se você souber nadar, impactos a parte, vá até onde enxerga. mas veja: eu não sei nadar. em nenhum sentido. não ousaria ficar mergulhada em algo, não tenho mais fôlego para isso. o fôlego seria o de menos. agora meus olhos tremem a sua partida, talvez uma negação inconsciente do que um dia foi tão claro. a vírgula do ceticismo me carrega para uma gruta escura e não demoro a me acostumar a nova visão, demoro? não demora, não. um par de rodeios. mas a noite, o escuro... são tão imprevisíveis. (mais uma: o escuro.) no meu papel de vítima, tenho uma mortalidade ineficaz rondando o outro lado. mas não somos todos vítimas? somos? vítimas? aceitar esses rostos não aderentes a qualquer fita para causar, pode ser, no mínimo, parcial e depressivo. menos depressivo que pensar em tudo que podia dar e não deixaram ou não quiseram, ou pelo simples fato de fugir do absoluto. não que acredite nele, ou o sinta, mas o meu medo deu lugar a uma esperança inusitada que tão breve foi substituída pelo ceticismo arrasador de que tanto fujo. e você nem viu. você nem viu...o que meu grito nega - a verdade parcial. outra vez é só silêncio - o gosto amargo. (...) não viu,

Tuesday, 16 February 2010

Imitation of life

então começo a pensar sobre a frieza, sobre a quantidade de inércia que somos capazes de viver, que sou capaz de mergulhar. e me vem um pensamento único, porém não objetivo, na cabeça: é possível. é possível perceber todo o gelo que se alastra pela sua cabeça e mesmo assim não se partir em pedaços definidos. tenho tanto grito acumulado, que só esse gelo pode sucumbir minhas cordas vocais e empatar o fogo passar pela minha boca. e não é só um pedaço de dúvida, não é mais uma abstração inimaginável, não é, não. eu não tenho medo. não mais. não quero ver o choro, o seu, o meu, o nosso coração... o nó está intacto, não se move, não sai, sou eu, é você, uma única tentativa. uma única linha horizontal indo exatamente para o mesmo lugar. eu não acredito em nada, não. não acredito para não ter que lidar com o partir de todas os pilares invisíveis que secretamente construí. é, talvez não acredite por orgulho. eu luto, me esfaqueio, eu deixo você entrar... eu deixo você ir... é o que você aguenta, é o gosto do amargo e eu não tenho mais medo, o que você se torna, o que me permiti, é agora um gosto indefinido, porém não inperceptível. são pedaços perdidos, não quero escutar, não peço para temer, não, não, tem uma onda gigante, tem um furacão, tem um terremoto, uma astronave, um pedaço de qualquer dúvida, ah, não! eu não quero ver nada disso, não quero discutir o plausível, sou muito seca, não é mesmo? eu só vou fechar os olhos para dormir no seu jardim, até deteriorar o resto da minha quase, quase certeza absoluta. é uma sexta feira escura, mas é terça. e o meu mergulho, mas é a raiva acumulada, é uma certeza, mas é o meu orgulho, são as lágrimas, mas eu não tenho medo, não quero ver... a única complitude sendo eliminada por mim mesma, por não ser algo imaginável pela mortalha na qual me reduzi, tornando invisível também o meu ... .

Sunday, 27 December 2009

What I saw

nenhuma sensação é suficientemente suja, capaz de sucumbir ao limite da linha tenuê que escapa dos olhos de quem vê, de quem vê um pouco além da película humana. mas não tem o mínimo sentido você não aceitar uma condição, a sua condição, e passar por cima dela para sofrer uma mutação quase forçada por uma visão mais relativa, mais ampla. por isso temos dois olhos. são visões diferentes. um dos meus olhos consegue ver o absurdo como mais uma forma de lidar com a realidade, a sociedade é uma completa farsa que precisa se adaptar aos modelos novos de seres humanos que foram criados por ela mesma. e não é o que se vê. a sociedade está estacionada em certos pontos e isso nem chega a pesar no meu olho esquerdo, nem chega nele, na verdade. porque no esquerdo, sou humana o suficiente para fazer parte de uma sociedade, com toda a hierarquia e falta de INconsciência. chorar por um adeus, rir de uma falta de senso e eu vi, eu vi por trás, nem lembro as cores, nem se tinham cores, e estava cada vez mais rápido, era como um trago, o primeiro trago, eu não podia nem respirar direito. mas eu vi, quando fechei os dois olhos, vi o que ninguém deveria testar, a resposta para o começo e iria para o inferno se visse o começo de novo, as lacunas. e estar presente em todos os eventos humanos mais humanos possíveis, fazer parte... fazer parte é... é conseguir sair da condição de vítima, para ser mais um. espero que não dê para fazer parte pela metade. metade não é o suficiente, e o meu olho direito não vai querer cegar o esquerdo só para ele não ver de outra forma. vai se fechar ao pouco que ele pode se tornar. não pisque

Sunday, 13 December 2009

Never here

a confusão é tão intrigante, te consome tanto, que as vezes é impossível modificar o estado de inércia. e quando a confusão está em um espaço reduzido e você quer sentir os extremos se partindo... não tem braço suficiente para tentar quebrar, não é? é, não tenho. o que tenho são olhos fundos, embora eles tenham sempre sido fundos. de ser paciente. de não ser só um. não são monólogos, não conto com o físico. seria como morrer com as palavras trocadas, absurdas... não seria. não existe 'morreu de algodão', assim como não poderia existir um monólogo com três personagens. os seus três personagens que tem que discordar até no tempo para existir, por não conseguirem manter uma relação com as verdades. e até existiria... tem papel suficiente para escrever, mas não tem, não tem, não tem... não tem nada além da confusão. só um pedaço esquecido, latente, que sem ousar sair, ou pedir para ser real, vaga de um extremo para o outro, de um músculo para o outro, sendo levado para qualquer outro espaço vazio. quase vazio. quase vazia...

Friday, 20 November 2009

Enquanto engomo as calças

engraçado, aquela música antiga (cavalo ferro), na beira da praia, na calçada quente. quando eu costumava tentar algum tipo de ocupação útil, como fazer sopa de grama para as borboletas, ou não ralar o joelho, roubar tomate da cozinha para comer escondido - e descobrir que o gosto é realmente horrível. também lembra o meu primeiro - e único - bichinho de estimação: um pintinho, ou melhor, pintinha. ela era bem preta e aniversariava no mesmo dia que minha mãe. não de verdade, claro. mas ela precisava comemorar algum dia. antes de ela 'fugir com um galo e todos os pintinhos filhos morrerem de tristeza e desamparo', ela dormia na minha barriga, a levava para passear em um carrinho de bonecas até uma porta atrás da casa, azul, de ferro. mas quando eu a adotei, ela nem pena tinha, era uma bebê franga. e ao separar-se dos irmãos bebês frangos, ela ficou só, sem ninguém pra conversar. então tive que aprender a falar com ela. pra quando ela tivesse medo de dormir só no escuro, eu cantar alguma coisa que ela entendesse. e assim foi. eu a acalmava cantando feito passarinho. e até hoje, quando tenho medo, canto que nem passarinho pra ver se a apreensão vai embora. por que cantar, parece com não morrer

Saturday, 24 October 2009

Bad cover version

é uma perca de tempo, não atenda o telefone, não grite o caos, não desvie da sombra, não corra da morte, não caia no meio, não tente ser uma rocha, não permaneça. e agora? qual a minha pena? já me arrancaram tantas... então me diga. pra que ser um estranho agora? alguns pontos vazios trocam de lugar a medida que os lados se destroem e também trocam de lugar. é como fugir da sua sombra, não adianta. está impregnado na sua pele, na sua retina, nos nervos. então não cante aquele antigo romance, não solte as algemas do seu pânico. em algum lugar do meu espaço, ainda dói quando penso em você. ainda dói quando sei que pensa, que você pensa. é só uma ferida, uma cicatriz. não sei como gostar desse jeito. sabe aquele sentimento que você não sabe o que fazer com ele? não, né? mas imagine. cada vez que acendo um cigarro, imagino como teria sido doce, como poderia ter sido doce. é como os personagens mudos, mas se eles pudessem falar, como se fosse a turnê daquela velha bandinha de garagem que tinha vergonha de compor letras. que irônico pensar que as voltas dadas param no início. e quando você nunca pensou em ir para o início? fico só com o gosto do doce, das vertentes, melhor dizendo, do doce, que provo quando fecho os olhos para sair da realidade. é uma perca de tempo... mas perca de tempo pra que? qual incerteza que o espelho vai cobrir com a perda? então atenda o telefone se você quiser, grite ao caos até ele chegar e te possuir, ande na parte iluminada da sua visão, para não se perder de propósito, sinta-se invencível pra qualquer idiota que pense que poderá te destruir com seus diálogos meta-qualquer-coisa. acredite na verdade que foi dita, e a faça suficiente, o que não foi dito, não foi necessário, não foi. me sabote, querido jack, me sabote. me prenda nas suas malditas asas e me leve para o seu cárcere. aqui me desconstroem, jack, me deixam na margem, pra pisar até me auto sabotar, até eu precisar pular para não cair. eu quero cair apesar de eticéteras, apesar de qualquer mal entendido, de qualquer suborno para a dúvida


Sunday, 18 October 2009

Paranoid android

o pior de ser humano, é fazer parte. é saber que não sou vítima, mas participante. é saber que não importa o quanto oblíqua sua visão possa ser - mas que irônico - você continua sendo mais um, continua sentindo essas pontadas de ânsia e a vontade de soar mais calmo é só uma sombra, você não vai ficar mais calmo, a tendência é piorar com o tempo, com o espaço, já que o maior medo humano é ser o espelho, é enxergar o reflexo... e o ver no outro, pela esquerda, pela direita, saindo por todos os lados, tirando o seu ar, querendo a sua pele, deixando tudo turvo, tudo pendendo para algum lugar... te deixando paranóico, pensando o inverso, o avesso, o incerto, o mal contato, o não-se-pode, o que cabe e o que é só vertigem, o amor que te falta, a rotina que vomita, o grito que não passa do fechar de olhos, o quebrar da sua mente, indo e vindo, procurando a resposta que não condiz ou que não ... não se acha, não se procura, não se aqueta, nem se move, nem é só uma, nem duas, nem mais nem menos, é tudo o que você quiser, tudo é tanta coisa, mas o que mais esperar? nem tanto nem pouco para nós, nem suficiente, nem aquela velha história que lhe contaram sobre ... esqueci.
ah, me pega pela mão, me leva pra dançar e enquanto você me embala, me deixa sair daqui, me deixa quebrar o vidro e sair voando. voando até esquecer o que me faz lembrar de não ter que existir perto ou longe, estou esperando faz tanto tempo, nem faz tanto tempo assim, mas aqui tudo parece uma eternidade, nesse escuro quarto no meio dos gritos indizíveis e das palavras que nem ousei procurar. só me leva pra dançar, eu nem sei dançar



Saturday, 17 October 2009

Ignorance

quando passas a meu lado,
e que olhas para mim,
tornas-te da cor da rosa,
e eu da cor do jasmim.

vê tu que expressões diferentes
da nossa mesma ansiedade:
a cor da rosa é despeito,
a palidez é saudade


Florbela Espanca


Tuesday, 13 October 2009

p.s.: ,

to.

long ago i read something about a beautiful sunday... whilst was a saturday. you see, what they call madness, i call truth. and maybe the reason for my lines today its not the same for yours, in that sunday. i guess it was just a ... i hope not. its incredibly charming, like mistakes or incomplete answers
, the unspoken truths, the subtended intentions, a different air to breathe with different colours too [...] i only fall for words and today, its not saturday and its not a special day, i'm just blue and nothing could take this away but, with no apparent reason, i fell for your words and i'm pretty sure you understood.



Tuesday, 6 October 2009

Forent

one more solo and i'll kiss you again, one more word and i'll see your eyes open while i'm sleeping, one more breathe and you'll know how long i passed to feel it once again. how does it feel? if i could touch you one more time.. i'm in the other side now, fucking alone, this time its me, ti. i've already lost myself in a crazy woman's red lips and then you, again you, gimme your watch that i want to know how long does it take... to forget you...again



Saturday, 3 October 2009

Lounge act

i'll arrest myself now... you see, there is a kind of feeling, a kind of love, that no matter how close you are, its never fair. but i dont regret a thing and i promess never going to the other side without you. i still do, almost madness








Thursday, 17 September 2009

Stormy blues

... mais um fio que desenrola pelas batidas incontidas de um dia preciso. as luzes acesas por uma chama apagada, as vozes repetem aquele aviso de mantenha distância, a cabeça gira lentamente para o lado oposto como se fosse retornar a mesma visão que destruiu a parede de concreto ligeiramente furada pelos passos fundos e antes de continuar, tente ler o que eu falo. mergulhe para achar a minha fé perdida, antes de ter a certeza que eu não estou ali, procure o que te fez buscar e caia. cair olhando para baixo, esperando que alguém aperte o botão de stop ou abra os olhos para você voltar a superfície. então a queda continua e tem algo que lhe liga ao chão, sim? as formas se confundem agora e suas preces se desesperam para serem ouvidas, o pulso fraco de não acreditar, as mãos soltas como se fossem agarrar a primeira coisa concreta que visse, a respiração quase faltando, os sentidos vão e voltam, as lembraças, os cuidados, as batidas novamente, aquele tic tac interminável, o olhar desfocado, o sorriso sem motivo, as idas, as voltas, as cores, os nomes, os gostos, o gosto de não existir por mais de uma vez. e você roda em sua direção, cada vez mais rápido, cada vez mais fálido, pense mais um pouco, a superfície não chegou, grite, alguém como você vai escutar, do outro lado, grite, as luzes não se perderam ainda, mais alto, está cada vez mais incompreensível, naquela noite, quase dormindo, você se fez notar, encolha os braços, volte a respirar, abra a porta, o outro lado... a outros olhos, alguém como você, para sentir esse fogo mais uma vez




Monday, 7 September 2009

Seven

"A gente se apertou um contra o outro. A gente queria ficar apertado assim porque nos completávamos desse jeito, o corpo de um sendo a metade perdida do corpo do outro." - Caio F


Seven

jigsaw falling into place
there is nothing to explain
regard each other as you pass
she looks back, you look back
not just once, not just twice


Sunday, 30 August 2009

Killer is me

beijando os meus descontroles emocionais e tentando abrir algo que, por não estar fechado, se decompõe ao passar dos minutos, das horas, do tempo que não finda. dos anos que passam e descobre-se os mesmos medos, as mesmas aspirações. e nem sempre é possível seguir no mesmo caminho, embora se queira, às vezes quando dois extremos se cruzam, não precisam de armas apontadas, a morte é consequência. e enlouquecem por não conseguirem achar o tempo para as coisas serem. e superar a loucura real de uma fantasia é suicidio também. não perco mais sono procurando perguntas para as respostas e nem mentira em uma verdade. acreditar é subjetivo e calar é internizar algo que falta, ou algo que sobra na sombra de uma dúvida. ao fechar os olhos, tente ver o que há por trás da falta de uma arma apontada e como seria se o assassino também fosse você.


Friday, 21 August 2009

s.o.s

estou velha
estou louca
abatida
e quase lá.

... já tá tarde!
um pouco mais longe do que perto, um pouco mais perto do que nunca, um pouco menos nunca do que agora, um pouco mais agora do que ontem, um pouco mais ontem do que um dia qualquer, um pouco mais dia do que nada, um pouco mais nada do que certo, um pouco mais certo do que acordar, um pouco mais. acordei, já tá tarde, já tô indo, não agora. não espere, estou velha. não me venha, estou louca. não me fale, estou abatida... e não me beije! estou quase lá.one more look and i forget everything. e então quando chego perto, você pode me ouvir? ohnonononono its pretty scaring! no.

Sunday, 2 August 2009

Plateau

De onde veio toda a forma de tolerância e a capacidade de compreensão, vieram também alguns espinhos.

Experimentos são cruéis. Ver esses pontos passando um pelo outro, como se fosse uma dança de ponteiros cruzados, sem mexer o mínimo fio para mudar a direção, às vezes pode parecer mais do que você espera. E se ao menos tivesse a certeza de onde veio toda essa espera, seria possível voltar e desafiar o seu fracasso. E eu vejo que nesse meio tempo, me perco. Sem saber definir o que foi real e o que foi somente parte de uma sombra. E a sombra não seria o seu espelho, nem o real o seu anseio, nem aquelas palavras quebradas por uma falha de direção para tentar amenizar a queda. E realmente existem dois estranhos, cujos mundos não poderiam colidir, mesmo fogo por fogo, água e nuvem não colidem. E se perderam pelo mesmo caminho, tentando encontrar algo parecido com o fim e a única coisa que encontraram eram outros caminhos distintos para percorrer. Nem sempre a culpa é de quem vai, são créditos que não podem ser dados, estão inerentes a mim, a você e a quem mais for andar. Não vai adiantar desligar os sons, as imagens, nem muito menos as luzes, você não vai escapar dos fantasmas do seu próprio eu. E não seria coincidência que o orgulho separasse dois vácuos, dois estranhos, talvez não o orgulho, mas os espinhos. Você não vai querer tirá-los, vai? Quando os tira, incomoda ainda por algum tempo, aquela vontade inconsciente e real de ficar mexendo. Tem dores que você não pode nem ver, nem tocar, mesmo assim doeria muito mais do que um espinho penetrando na sua pele, uma ou duas vezes. O que não podemos ver incomoda a tal ponto de inércia que você acaba vendo o que instiga a sua certeza, que na verdade, é só um punhado de mentiras inacabadas pelos seus tragos longos atrás de respostas. Os meus tragos longos me remetem a um espaço reto até uma pedra em forma de qualquer coisa que não sairia do lugar nem com um furacão. Ninguém poderia entrar em um furacão em movimento para mudar a direção dos fatos. Tentaria andar para continuar no jogo. Não? Não.


Saturday, 1 August 2009

.

Now all your love is wasted? Then who the hell was i?


Wednesday, 17 June 2009

The passenger

to Jack

The first step to know where you are, is to accept it. And doing it, you can be wherever you wish to be. After a while, wake up of this dream and get ready to be the next, or the first. I lost my heart under this skin, and it is easy to see how a monster is acting today, but i had my eyes open to understand how hard was it, and the yesterday monster is too busy trying to be ok to see the because of my madness. and maybe i just couldnt say this i should let it go, let it flow, so. i cant, i'm still dead, and i know that i am not the only one. i've been acting like a real girl for the last couple of mouths, i was tired and i needed something to begin. but passing by your own feelings for fear, its suicide. today i know what would make me ok, make me dead and alive at the same time.but when you cant see a passenger in your train, trying to move it with you, it is better to erase it all. and moving is not talk, moving is to be there and try to do it together, and you will need trust to lead the train, even without straight to carry on. i had straight to forget myself once but who else could do it? i am in the other side now, alone, between footsteps and branches, in the end of line, under the bridge, waiting for the passenger to take me above. If only you and I could trust each other through this, then together we could work out who the enemy is.

Monday, 15 June 2009

Jigsaw falling into place

Estava entre a noite e o dia, no último andar de um lugar qualquer. E antes dos vidros e lágrimas, eu desejei que ela estivesse ali, mesmo sabendo que iria morrer sem explicação, de olhos abertos. E enquanto tudo desmoronava, enquanto nossos rostos, de tanto ódio, encostavam-se, num duelo de palavras sujas, mal ditas, corrosivas, algo caiu. E de quanto em quanto, ficava mais perto do que nunca, mais perto e mais longe. E assim como eu fugi de você, você fugiu de mim, assim como sua voz se perdeu nas cores e nada entrava mais dentro da minha cabeça, assim como seu sorriso se desfez em minhas mãos e minhas mãos se perderam nos seus olhos, assim como meu suspiro é o seu suspiro e o meu delírio é a sua desistência, assim como meu vazio é a falta do seu sorriso torto, e o seu desfalecer é a minha perca de sentidos e razão, assim como você nunca me deixaria tão bem como eu nunca vou ficar, assim como o único fio imaginário entre nossos corpos é um pedaço do quebra-cabeça que nunca terminamos, assim como morrer de amor é morrer todo dia e de olhos abertos. De olhos abertos porque você continua enxergando mesmo sem querer, sem precisar, só para ter certeza que a sua condição é aquela, e é nociva ao extremo porque foi o que lhe fez correr, você o fez. E pela noite, ainda pode-se lamentar o não saber como teria sido se tivesse olhado para trás e esperasse a outra mão, ou se a outra mão seguisse em frente aquela rua ao invés de estar tão cansada para apostar na razão. E eu estava


Sunday, 31 May 2009

Into dust

Um fio bem fino que liga duas realidades vitais vai se desfazendo enquanto a música é tocada, e por alto, pode-se ver o fio virando poeira e se alastrando pelo ar como se fosse poeira. A poeira está desaparecendo a medida que, pela noite, dois estranhos se cruzam e como se fossem mais que poeira, passam repentinamente pelo mesmo lado. a ânsia toma conta do corpo de um dos estranhos, e o fio invisível vai definhando pouco a pouco, linha por linha, ponto por ponto, possivelmente tão rápido quanto no outro corpo. e antes que o fio desapareça no meio de tanto escuro e se perca...


Sunday, 17 May 2009

Close to you

There is a reason that keeps me today here, alone, in this spooky wheel. And there is one for all that knots in my throat, or this weight up in my head... in the deep down, on the end of the road. do you believe it? would you? i'm in the end again. just in time to be at the beggining. and for a second, i lost my words, my breath, my shadow. to lose your shadow is like to look in the mirror and the only thing you can see is a drunk face, without witness behind you. and knowing that if you close your eyes you will see the reverse of yourself. and it will freak you out for awhile, because you never see it before and guess what: you lose! no matter what or even how. wait for the night to come and this time, it won't bring you any relief, and once again you will look yourself in this broken mirror, for some one who left. being half... being hate. even for hate there is a reason, but...
why do birds suddenly appear every time you are near?


Monday, 11 May 2009

P.S

"I can't believe that I'm in love with a dwarf"


Tuesday, 5 May 2009

Seven minutes

ACT 2 - ROOM / IN - NIGHT

Scenario - A muffled room, with wooden floor, dusty, with no windows. Valentino has on his eyes an expression of anxiety and fear. He looks at the sides. The phone rings, the bells too. He's lost, trying to follow the sounds. It disappear. Valentino closes his eyes and sighs.

- Am I on the opposite side?


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Sunday, 12 April 2009

Destroy everything you touch

Tem um quebra cabeça que monto a muito tempo, que sempre falta uma peça. Mas é uma peça meio grande, dessas que, se faltar, muitas coisas ficam incompletas. No meu complexo de paralisia mental, mais um dia. E o décimo dia não tem outros perto, só o nada que suga o pouco que ainda resta dentro da minha pupila dilatada de enxergar o que não há. E então, quanto mais perto chego do último próximo dia, mais me convenço de que a precisão de certas coisas são o avesso do avesso do avesso do que a minha pele precisa para não desintegrar junto com meus retalhos, fartos, fatos, fatais por nunca ser. Por nunca pertencer. Minhas mãos também estão frias, amor, estou esperando aquele trem, aquele trem que perdemos, mas eu tinha certeza que quando embarcassemos nele, saberiamos ao certo se nossos corações ainda batem, ou se batem da mesma forma, na mesma condição, buscando a mesma estrada. E a lua clareia metade de qualquer cor que ouso ver, e por agora, deve ser o suficiente, mas quando apagar-se, vai ser a única coisa a ser lembrada como real. Ao invés de puxá-lo para o outro lado, decidi apagar esta idéia e me transportar para um lar hoje à noite, lá dentro do trem, você precisa me deixar ir... nos deixar ir, eu preciso.

Monday, 6 April 2009

If you are feeling sinister

But if you are feeling sinister, go off and see a minister. He'll try in vain to take away the pain of being a hopeless unbeliever. Chances are you'll probably feel better if you stayed and played with yourself .

I'm feeling sinister and stayed.

Sunday, 5 April 2009

Love is noise

Percebi que de pouco em pouco minhas pegadas vão pisando como se fosssem humanas, como se fossem mais um. E eu continuo sentindo esse blues dentro da minha mente, que canto enquanto o escuro cega meus olhos pesados de nada ver. E então, é dia, é sol, mais uma vez. Vou embora deixando tudo pra trás, ou querendo deixar, o ser, o ter de ser incompleta. Tem uma sombra na parede que indica outra sombra se aproximando. Falso indício... ela só vai se apagar, diminuir, e aquela luz do foco se desfaz por entre as cores e começo a entender que eu estava ali, tentando entender o vício por qualquer coisa que insistem em viver. Mas o que é o vício, não é mesmo? É só mais uma verdade mal interpretada, como tantas outras verdades ou, até mesmo, mentiras. E a sua verdade? Tentar se convencer que ela é mais que um teste é praticamente uma luta com faca de um só gume. Um só, porque dois é suficiente pra ver a sombra da dúvida. E mais uma vez... O blues. Passando da cabeça para o pulso, do pulso para os pés, dos pés para a valsa, dois, dois, blues, dois, dois, blues, dois... behind you, everything you touch...today, destroy me.

Friday, 27 March 2009

,

qualquer coisa

Saturday, 21 March 2009

Time to pretend

Então, os dias mais rápidos, ásperos, vamos tocar mais uma música. Consegui tocar todas as estrelas com dois pés somente, e de cabeça para baixo, acho que agora consigo a maioria das coisas num fechar de olhos excepcional, pensando que realmente é aquilo que preciso. E se não for? Fecho os olhos mais uma vez e procuro o que seria. Não? Sim. É assim que funciona o sistema, e eu pertenço a ele mais do que qualquer coisa que busco, right.
Talvez a simplicidade dos atos possíveis e presentes não sejam possíveis, as pessoas costumam querer mais do que isso, algo a mais como full anything. Não é concreto, o tudo, então como poderia eu oferecer? E como alguém poderia o querer? Que ironico...
Então, me dê o seu amor, eu não preciso dele. Sou só aluguel, juro. Deixe a porta aberta, vou ficar observando o que se vai, de fato ir, e como participante disso tudo, vou rir e vou chorar, vou tentar ver e fingir que não o vejo, oferecer o meu pano abstrato para torcer e pôr na sua queimadura e esperar o fogo acabar. E depois da poeira, para que acordar tão cedo? Vamos sair para qualquer lugar e esperar o dia começar, o outro lado agora aqui está mais perto, mais palpável e estérico. Sinto falta dos sentimentos que costumavam pesar, que por diálogos sombrios e desnecessários não se fizeram mais precisos, mas só sombra.
Mas ao mesmo tempo, o que é o outro lado, não é mesmo? Nunca me senti tão vulnerável e tão forte, e tudo isso é o certo, não pense tanto assim, não destrua a sua capacidade de superação momentânea e simultânea. Live now, it's time to pretend!

Saturday, 28 February 2009

Ironic

A diferença entre o bem e o mal, está no espaço. E tudo que esse espaço representa. As lógicas disso tudo simplesmente não fazem menor sentido, não tanto quanto era esperado. Mas esperado por quem? Quem se importa com esse espaço? E no que ele vai causar. Do you?
I'm the one they all run from.

Friday, 27 February 2009

Diálogo sobre o subsolo - parte I

o subsolo, de repente a pergunta: quem vive lá, porque...
- eu estou cansado.
- cansado? tudo está neste sentido...
- sim, acho que tenho medo de me sentir diferente de agora
- e como vc se sente agora?
- como se eu soubesse que não tem ninguém, sabe? uma solidão, mas solidão de idéias, de encaixe de consciente. e ao mesmo tempo, sei que não estou só, mas tenho medo de ser ou de não ser.
- encaixe de consciente, ninguém é tão diferente assim, Ben. as pessoas são escritas de formas ou padrões mais ou menos parecidos, embora não seja tão perceptivel quanto se gostaria. não dá para ser sozinho em consciência.
- pois veja só, entendo esses padrões, mas não me diga que são únicos. e quem habita o subsolo?
- subsolo?
- sim, lá no subsolo tem pessoas exageradamente conscientes de si mesmas, aquele tipo que usa o auto-conhecimento não para o gozo, mas para existir. não são humanos. não como a maioria de nós somos.
- acho estranho essa forma de existir. vamos ser simples. exista e use o seu pedaço padrão humano
- e depois do pedaço?
- aí depois, Benjamin, você tenta encontrar o que lhe fez perdido.

Wednesday, 25 February 2009

Tanto mar

I use sunglasses at night, to see how long I can be inside this lounge that I am hanging now. Protecting my view while the colors take care of myself. Watch the dance of flowers, coming into your eyes like a day in the forest. And according to the song, it changes of side, right and left, like a trip inside your deep dark.
As cores são substituidas por vogais, adjetivos, você tem que contar todos e são muitos. Enquanto espero pelo fincar deste estado, subo um pouco naquele degrau ameno de estabilidade, não me dando conta do pedaço de vazio que deixei no atravessar sem olhar para o fim ou para o começo. Então páro, a dança contínua continua e agora posso ter uma nova visão de tudo, por cima dessas flores, caindo, partindo, beijando o meu pequeno mapa de mim mesma. Já que me permiti tanta coisa, tanto mar, todas esses absurdos que por tanto tempo tranquei ao fechar os olhos. É como se continuasse intenso, duplo qualquer sentido, mas ao respirar, agora deixo não só o ar entrar, mas tudo que tiver para vir, com verde, azul, redondo, inerte. Sem saber, mudo o traço que escrevi e não importa se as formas não traduzem mais. Elas são qualquer coisa que você quiser.

Monday, 16 February 2009

Cartão postal

Lembrei onde começar hoje. Lá no outro lado, quando tudo era cedo, vai ser cedo amanhã também. Estou escutando enquanto ninguém fala, tocando a fita ao avesso, deixando tudo como está para mudar o inadequado, tudo acontecendo e nem lembro. Não estou sentindo muita coisa, e provavelmente o limite não é atingido nunca, não realmente. Mas lembro do cartão postal que escrevi, soltando nada e tudo, pelos ares, sem ares absolutamente. Ele falava da solidão que viria, com vista para o mar. Os solitários dizem a verdade, quem poderia chegar perto para enganar ? Você chegaria? Mesmo se adiantasse, não disse que iria. E daquelas palavras, só garanto a vista para o mar. A minha. E o meu amor, naquele velho postal, banal, sem nenhum valor... Esqueci a cor.
O mar vai e volta, com o gosto do licor que ficou da tua boca.

Thursday, 5 February 2009

Rain city

Some time ago, i heard the acoustic version of that song from yeah yeah yeahs forever, and that was all. It explained everything or left me with nothing, didn't matter, i just heard it. And for two or three minutes, I could be ok. Now, I see the rain and for some reason, I wish that, somehow, I could go diving till I dry. And It would explain everything or leave me with nothing. It rains so slowly...

Friday, 16 January 2009

A day in the life

This is my last day of death. Last is a very hard word to say, but this time, i will have to use it.
In this day, i realized how can a human be so wasteful.
Nas outras manhãs, por insistência própria, quis levantar e ver o que meus olhos poderiam enxergar, mas ao chegar no nono dia, não tenho mais por que erguer. Talvez o que exista seja isso, esse sopro interno que corrói como o frio faz com as folhas. Os punhos voltaram a ser inertes, como no primeiro, como se tivesse feito uma viagem para o fundo, mas por não aguentar a pressão de lá, comprimindo não só o ar, mas os movimentos e espasmos, fechou-se os olhos. A luz mudou, eu tive que perder...

E no último dia, eu desejei ser, de fato, irreal.

Thursday, 25 December 2008

I'm only sleeping

Abri a porta, sentei lá fora para ver o movimento da rua vazia. Atravessei aquela imagem e de repente me perdi. Era um enlaçado de pistas, gestos, cores, lugares. Não estava mais em parte alguma. Não completamente. Comecei a ver, no escuro, as marcas das minhas tentativas inquietas e falhas de visão e a única coisa que consegui de fato ver, foi uma passarela para a próxima ilha a visitar. Então saí do escuro e vi uma névoa meio inquieta, hora total, hora parcial. Procurei algumas cenas para assistir, mas, sem conseguir foco, mudei as cenas sem ao menos decorar os textos. Reconheci o meu sentimento crônico de vazio e embora tenha saído à procura de algo mais que o nada, me conformei em não ter encontrado. E fui dormir para permanecer acordada aqui e tudo o que muito era, pouco foi e não importa tanto assim, estou apenas dormindo...

Tuesday, 16 December 2008

Human

Você acorda e não quer lembrar do que foi, ou o que vai ser. Só precisa ficar ali, com aquela roupa suja. Trapo humano. E as minhas intenções esfriaram, me decompus no tempo, na falta, no disfarce. A inconstância me provocou, me provocaram e agora a frieza tenta colar o meu espaço em branco destruído, quase irreconhecível.
Não vou ser tão ingênua para pensar que todos nós somos humanos, demasiado humanos, nós temos o amor, a nossa leveza insustentável. Você acredita no amor? Amor é a capacidade de atribuir sentido a tudo que, outrora, foi incompreendido. É cuidar de dois corações. É o melhor e o pior de nós. É permitir-se.
A minha cabeça gira loucamente a todo minuto procurando respostas pro que vejo e pro que não vejo. É estranho não pertencer a lugar algum, querer sumir e gritar até os pulmões explodirem. Mas veja só. O que seria mais inútil do que desperdiçar o tempo vivo esperando o tempo acabar? Um pouco mais de paciência...

Sunday, 7 December 2008

Tapes

I am someone easy to leave, even easier to forget, a voice, if inaccurate again: I'm the one they all run from. Diatribes of clouded sun, help me find the pause button. All these tapes in my head swirl around, keeping my vibe down, all these thoughts in my head aren't my own, wreaking havoc . I'm too exhausting to be loved, a volatile chemical, best to quarantine and cut off. All these tapes in my head swirl around, keeping my vibe down, all these thoughts in my head aren't my own reaking havoc. "I'm but thorn in your sweet side"; "You are better off without me"; "It'd be best to leave at once". All these tapes in my head swirl around keeping my vibe down, all these thoughts in my heard aren't my own wreaking havoc

Monday, 1 December 2008

For reasons unknown

You've got me in your head and maybe it is the only save place to be. So I prefer to be there, where surely I'm ok. Somebody told me that never had me at all, only rests, pieces, but see: a piece its too much. I never gave it to anyone. Once I heard that love is beautiful, but not to be real. That's the only way that I found to be with you, so I will be there forever. You will see.
But for now, I'm leaving. And this time, you're right, I will wake up alone forever, being just with my selves. I chose to be the same, the blame was charged on me by you.
Before I go... I only left your way to be in it, yes, call me crazy, it's not news to me. Coward too. I'm making a fool of myself, and every one around. I gave you the chance to know, you were very close, but now, i'll follow your advice, your wish. Almost here, madness.

Sunday, 23 November 2008

We might as well be strangers

I don't know your face no more, or feel your touch that I adore. I don't know your face no more, It's just a place I'm looking for. We might as well be strangers in another town, we might as well be living in a different world , we might as well... I don't know your thoughts these days, we're strangers in an empty space. I don't understand your heart, It's easier to be apart... For all I know of you now.

Tuesday, 18 November 2008

The weight of my words


Comecei a usar a previsibilidade humana a meu favor. Não para domínio de mente, mas para anotar os seus passos e ditos, para pesar as minhas palavras ao seu redor. E tinha tanta coisa que queria dizer, mas perdi o jeito para dizê-las. Não posso mais fazer sentir por fora delas. Tem várias formas de quebrar o gelo que conheço, mas perdi o jeito, talvez até o interesse de aplicá-los. O peso das minhas palavras, não se pode mais sentir, por assim dizer, cruzando meios e trilhas. Experimentando-se cada sensação inebriante de ser, estar, parecer, ousar, um mínimo espasmo que possa haver. Um mínimo barulho de cílio fechando contra o meu braço, o pequeno jeito de ocupar o abismo, ou de não ocupá-lo. Ver as luzes da cidade através das notas de um piano, acreditar que, de olhos fechados, é possível enxergar o que se quer, embora absurdamente pareça vazio, frívolo. E tomar uma carona até a esquina por um sorriso... E porque não?

Thursday, 6 November 2008

Disturbia

Valley:
19 anos, representa a candura e a delícia de ser o que é. Amada por todos e odiada por si mesma, Valley esconde através do sorriso a perda do caminho que ela própria escolheu.

Jack, I decided to stay with you, now you have to show me what my eyes can't see anymore. I have to listen when nobody's talking, to understand the meaning of the silence, to know how to cure a thing that it will always be open. I hurt myself today, just to see if I still fell. But pain it's not the only way to realize the reality around you. You need more than a broken heart to fell the crashing of the world. More than a pair of wrong shoes to know that your finger is hurt and all your body is being modified for that. Jack, protect me, my head is beating against the walls, but I can't see the turv things. Jackie, I'm trying to move to stay in the same place, wondering something far... Don't wake me, there is a lot of hope behind my eyes, i prefer to see behind them, i'm tired, understand... I just have to let it go.


Tuesday, 4 November 2008

revés

Finalmente o revés humano me convenceu a desistir de sua fraqueza...
My head is giving me life or death? ...

Monday, 3 November 2008

,

No oitavo dia, atirei fogo sobre os meus retalhos, rasguei o (quase) infindável desejo de ser, penetrei o agora escuro de meus passos, para seguir só, lá, si, dó...
E o que me resta é sair pelo outro caminho, sem atravessar aquela ponte que corro, já que no oitavo dia, ninguém mirou na minha mente, mas acertaram meu coração, mais de uma vez. E joguei a empatia, antes certa, para Jack carregar. Oh, Jack, I trust in you my desire, be my protection, only you can save me from what i want, only you can save me from what I am.

Sunday, 2 November 2008

She has no time

Eu não tenho tempo. Não tenho tempo nem espaço. O tempo que estou procurando está por trás dos dias dormidos, dos sorrisos mal pagos, das batidas incontidas de ansiedade, do cheiro das ruas, dos dias, da pele... E digo que não o tenho, não agora. Possuí-lo implicaria levá-lo comigo, para a noite, quando fosse chorar sozinha na luz apagada, ou quando fosse ouvir o bater das pedras na água, naquele dia de vento frio lá longe na beira da praia, ou até quando fosse reclamar àquele santo que ninguém conhece que minha respiração está fraquinha por não ter porque(m) suspirar. Tempo, vou te encontrar na luz, no momento em que eu acordar, lá do outro lado, do lado oposto ao que pertenço agora, espera eu atravessar esta ponte trêmula de abismos e forças. Mas preciso de algo para começar, alguma partida, alguma estada, alguma certeza.

Tuesday, 14 October 2008

.

Oh, my love i can`t let go
Something's wrong i can`t let go
Nature's cruel she laughs at me
Almost too much for my heart...
Oh, tears my soul apart...

Friday, 10 October 2008

Half Jack

When I let him in I feel my stitches getting sicker, I try to wash him out but like she said: the blood is thicker. And when i'm brave enough and find a clever way to kick him out, and I'm so high not even you and all your love could bring me down... I'm halfway home now, half hoping for a showdown, cause i'm not big enough to house this crowd. It might destroy me but i'd sacrifice my body if it meant i'd get the Jack part OUT. See, Jack, run...

Sunday, 5 October 2008

Every me

Meu coração é ácido e meu corpo é aluguel. Tem quem fique empenhado, machucado, irritado. Mas não há nada há fazer, isso é cada parte de mim. Cada parte de mim, são tantas... Não são tantas assim. Para se confundir em meus próprios desejos, a medida do possível é criada certas defesas de personalidade, que mudam de acordo com o pedaço que é corroído, que é comido vivo dentro de mim... Guardo cada parte em um lugar, em uma lembrança, e isso é imutável, não é um corte superficial que vai arder na água corrente, é uma ferida profunda que vai cicatrizar por não haver mais vida. Então diga. Diga como é ser só um, como é possuir uma mente mutante e não dar-se conta, pois é apenas é um consolo, vindo tarde demais. Algo não terminado, com alguma coisa vindo atrás, em cambalhotas imperceptíveis fisicamente, só para a caixa preta, que não é aluguel muito menos ácida, é um guia solitário no tempo e espaço, não é emprestado, talvez triste, mas isso é cada parte de mim. Tenho várias partes confusas e não terminadas, mas secretamente sei que cada parte irresoluta, acaba em uma mesma linha, em um mesmo eu, em um mesmo ácido. São apenas formas diferentes de espantar os fantasmas. Então grito: se alguém seria capaz de me fazer acreditar em algo, se seria capaz de enfrentar cada Eu, até sucumbir todos e fundir-se em mim...

Saturday, 27 September 2008

Resposta ao tempo


Tenho dormido menos que a minha cota de 4 horas/dia. Fumado mais que 2 cigarros seguidos, sorrindo somente para espantar o choro, bebido para ter argumento, seguindo para não parar no tempo... E ele me perguntou em que lado eu estava, e não pude respondê-lo, minha garganta com nós, minha boca seca, meu olhar agora desfocado, não pude responder. Na verdade, nem eu mesma sei! Ora bolas de que lado... E como é que se sabe de uma coisa dessas. Zangou-se e me deixou, disse que ia ter os passos apressados e o atraso seria inexistente. Se ele soubesse o que eu faço para não perdê-lo. Pena que a minha visão passiva esteja tão em alta esses últimos dias vindos. Às vezes queria a madrugada mais longa, mais intensa e real. Mas nada mais do que eu espere, do que eu deseje, entrando na mesma rua, na esquina, com uma única saída, sem nenhuma luz. De que lado estou... Quais são os lados...
A segunda vez que vi Dulce Veiga, um tom lilás predominava, um cheiro doce me enchia, uma falsa imagem me cobria os olhos, enfeitiçava a minha turva visão. E mais uma vez ele me enganou. Não era o dia. Minha mente pertubada, o dia, a noite, as ruas, a pele, a incerteza. Aquele rosto não pode ser descrito, visto ser mera ilusão. Não era o dia para vê-lo, mas quando for, que não tenha disfarces entre a janela e o vidro. L'angolo, senza nomes, solo questo alba.

Sunday, 21 September 2008

How to fight loneliness

How to fight loneliness: smile all the time. Shine your teeth til meaningless Sharpen them with lies And whatever's going down will follow you around. That's how you fight loneliness. You laugh at every joke, drag your blanket blindly, fill your heart with smoke and the first thing that you want, will be the last thing you ever need. That's how you fight it: just smile all the time. Just smile all the time;

Monday, 15 September 2008

Blue monday

I said 'goodbye' to someone that i love.

Monday, 8 September 2008

Poltrona verde


Dois brindes à Dulce Veiga e a sua falsa realidade, a nossa falsa realidade... No sétimo dia não me causaram nada, eu cometi suicídio, desta vez fiz questão de acabar de uma vez com a imagem de uma placa longe por entre as árvores, que me rouba a vista e me nutre o ego vazio. Os egos.

E não é a idéia de não ser mais que me fez brindar à Dulce. Foi uma noite passada, presente, escura, que me sentei na sua poltrona verde e nada mais fiz a não ser esperar a janela se iluminar com as cores do céu aberto, da sombra do disco voador indo embora, estando só de passagem por aqui, e nem esperam o chamado por eles, pedindo para ir junto até qualquer lugar fora do tempo, para fugir sem deixar as marcas no espaço, sem as pegadas aleatórias nessa areia fria. Continuo aqui sentada... entre o tudo e o nada.


Monday, 1 September 2008

Mutante

As letras confundem-se com os verdadeiros sentidos das frases, e tem uma continua fragilidade entre o querer e o ser quebrado. O ser intacto, possuído, possesso. Possuir... Será que, de fato, possuímos algo? Alguém... Tem quem diga que algo que volta quando você o deixa ir, é porque deveras o possui, mas que ironia, não? Se foi embora, como te pertence? Não seria porque as respostas certas estão ali, em você? Isso não é possuir, é vaidade, medo, consequentemente medo. Vaidade sim, por querer ter a certeza de quem não vai tão longe, ser seu pra sempre. “Pra sempre”.
Enquanto me confundo com os verdadeiros sentidos frasais, penso na condição mutante de ser. Do quão estranho é saber reconhecer o que acontece dentro de você, correndo pelas suas veias frágeis, caindo do seu peso humano e transformando-se em mais, em outro. Pensando estar rudemente afetado por toda aquela velha historia de dúvidas, caminhos, estados, dias, dores, tempo, como é difícil aceitar a condição humana, diga-se de passagem, desumana. Então, mutante. Sou mutante. Não é tão fácil assim.
As fragilidades, as correrias, os amores, os nós na garganta, as perguntas sem respostas, os sorrisos embaçados, os olhares penetrantes e a mente não... Não.
Por poder pensar em todos como tudo, e tudo como cada um pode parecer, para parecer. E se pelo menos eles pudessem ver, se ao menos eles tivessem ido lá, eles entenderiam como alguém escolhe esta condição, veriam passar o trem que peguei para estacionar aqui e eu nunca pensei que seria tão claro... A única diferença é o estado do ser. A calma e a capacidade de enxergar algo além do que a sua barreira permite que você veja. E é tão claro...
Às vezes penso que, se acordar, vou dormir por um longo dia, que pode nunca acabar.

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