Sunday 2 August 2009

Plateau

De onde veio toda a forma de tolerância e a capacidade de compreensão, vieram também alguns espinhos.

Experimentos são cruéis. Ver esses pontos passando um pelo outro, como se fosse uma dança de ponteiros cruzados, sem mexer o mínimo fio para mudar a direção, às vezes pode parecer mais do que você espera. E se ao menos tivesse a certeza de onde veio toda essa espera, seria possível voltar e desafiar o seu fracasso. E eu vejo que nesse meio tempo, me perco. Sem saber definir o que foi real e o que foi somente parte de uma sombra. E a sombra não seria o seu espelho, nem o real o seu anseio, nem aquelas palavras quebradas por uma falha de direção para tentar amenizar a queda. E realmente existem dois estranhos, cujos mundos não poderiam colidir, mesmo fogo por fogo, água e nuvem não colidem. E se perderam pelo mesmo caminho, tentando encontrar algo parecido com o fim e a única coisa que encontraram eram outros caminhos distintos para percorrer. Nem sempre a culpa é de quem vai, são créditos que não podem ser dados, estão inerentes a mim, a você e a quem mais for andar. Não vai adiantar desligar os sons, as imagens, nem muito menos as luzes, você não vai escapar dos fantasmas do seu próprio eu. E não seria coincidência que o orgulho separasse dois vácuos, dois estranhos, talvez não o orgulho, mas os espinhos. Você não vai querer tirá-los, vai? Quando os tira, incomoda ainda por algum tempo, aquela vontade inconsciente e real de ficar mexendo. Tem dores que você não pode nem ver, nem tocar, mesmo assim doeria muito mais do que um espinho penetrando na sua pele, uma ou duas vezes. O que não podemos ver incomoda a tal ponto de inércia que você acaba vendo o que instiga a sua certeza, que na verdade, é só um punhado de mentiras inacabadas pelos seus tragos longos atrás de respostas. Os meus tragos longos me remetem a um espaço reto até uma pedra em forma de qualquer coisa que não sairia do lugar nem com um furacão. Ninguém poderia entrar em um furacão em movimento para mudar a direção dos fatos. Tentaria andar para continuar no jogo. Não? Não.


1 comment:

Nathália M. said...

um dia a gente ainda põe as cartas na mesa e veremos que não é nada disso.


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