Monday 28 June 2010

Lazy eye

sobre o pouco que me atinge,

um sentimento não elimina o outro. é a questão social que vai contra a minha loucura, que me despedaça em pequenas ilusões, ilusões essas que crio na minha cabeça para suportar o peso de não ser. ou de ser mais que o provável. não penses que o perdão é algo fácil de dizer, ou que chances são dadas pelas circunstâncias. não deixe o fogo subir a sua cabeça, ou o gelo tomar conta de suas mãos. por mais óbvio que possa aparentar, os meus dois olhos não vêem a mesma coisa. tenho um olho torto e outro no céu. e o que me resta é acreditar no provável, no piegas, nas questões fora da linha, para enganar o seu inconsciente, para ver o que não está à vista, e agora que todos os sinais estão - quase - me enganando, não tenha tanta certeza assim, mesmo o retrato de um inimigo perfeito, não deixa só a sombra da dúvida em uma cabeça partida em três, esmagada pelos pontos surreais que a cercam. parte dela sabe o que pensar e o que pensam também. bom dia, minha amarga loucura, bom dia e me sabote mais uma vez.



Monday 21 June 2010

Fairground

monólogo sobre a relatividade e a fórmula do abstrato concreto

jack: o que você faria se a vida ficasse sem graça?
ben: procuraria graça
jack: onde?
ben: a gente não sabe essas coisas, por isso a busca. até sabe,
mas é muito abstrato pra sucumbir ao consciente
jack: o que mais que é abstrato?
ben: qualquer coisa é abstrata e concreta, é relativo,
depende da forma que você quer vê-la
jack: então, quero saber a forma que você vê
ben: eu vejo a dualidade, você sabe
jack: eu não sei
ben: o outro lado de qualquer coisa, o abstrato transforma-se em concreto
tanto quanto o concreto em abstrato
jack: o que você procura?
ben: eu procuro uma vista
jack: como assim?
ben: uma vista, qualquer coisa que possa me prender, uma vista.
eu acho que procuro poesia
jack: tem mais poesia do que viver por amor?
ben: tem. não viver
jack: morrer?
ben: não, não viver o amor. logo, morrer
jack: nao viver o amor é poético?
ben : mas a morte seria a consequência
jack: então acho que nunca soube o que é poesia.
ben : poesia its all around us, é tudo, depende de como vc vê
jack: tudo depende
ben: sim
jack: a relatividade
ben: é
jack: nada de certezas, só relatividades, relações
ben : sempre achei a certeza uma pretensão, mas isso também é relativo
jack: pois bato no peito!
ben: you know.
jack: I dont know.
ben: I wish you do...
jack: e sumir na fumaça


Thursday 17 June 2010

Lipgloss

sobre a marca carmim

but a mutant couldnt have so much love. couldnt, couldnt. what is love, anyway? it such a human feeling after all. what is the way it should be? there is so many ways to have a heart, to have two hearts in just a hand... i just suffocate at night, thinking in how deep can be or how sweet. and all i could do was whisper: one more solo, babe, one more beat, once again us... liquidating my senses one by one, word after word, this heat freezing my eyes, blinking slowly, creeping into my bones as an appeal, a last one.


[...] ah, se eu soubesse que você iria se casar, não teria nunca te deixado esperando, com aquele vestido preto, atravessando a rua de baixo. quando me dei conta, lá estava ela, parada na minha frente, olhando fixamente para os meus olhos, sem não falar uma palavra sequer, eu morria de medo daquela sombra, que uma vez acompanhara a minha. quando eu nem imaginava que aquela pele pálida fosse uma outra forma de me dizer adeus. e foi. em meio a tanto alvoroço, ela dizia sim, eu, não, o que era noite já era muito tarde, ela completava a minha imagem opaca de 'boba apesar de tudo'. um dia saimos para jantar e, me roubando um trago, pude ver o jeito sem graça que pegava o cigarro light que estava quase no fim. então, pedindo descrição, ela pegou minha mão ao acaso, alegando saudade do que iria vir, do que nunca chegaria a vir, imaginei como seria arrancando um tufo de cabelo por insegurança, não sei o que aconteceu depois. agora você casou, está tão frio aqui, estou queimando com essa jaqueta, baby. agora sussurro novamente por mais um solo, mais uma batida, mais uma vez a gente, meu bem. e poderia ser mais uma rima barata de karaokê, falar o que só as paredes escutariam, mas, veja bem, já não falo tão alto assim, já não me permito gostar tanto assim, é tanto desaforo a flor da pele, é tanta pele cor de flor, cor de água, cor neo qualquer coisa. o meu amor ao velho oeste, o meu retrato de todos os bobos, a minha mão ainda trêmula, baby. ainda usaria a promessa da felicidade plena ao lado rubro da força, de permitir perder-me em somente uma cor de batom. mas you know, né? estão todas usando essa cor neo-qualquer-coisa. ah, não sei, não. o vermelho ainda me agrada aos olhos. ainda me sufoca a noite toda, me torce as vísceras ao avesso. os meus olhos ainda parecem um par de sapatos pretos, mas bem deep inside, tem uma pontinha que te enxerga de todas as maneiras, até como se fosse uma loucura qualquer. mas quanto ao lipgloss, honey, se você o perdesse, o seu amor do velho oeste mudaria de idéia na segunda feira para ir embora no domingo, te segurando pelo braço enquanto falas ao telefone, aquela marca nos botões, você correria sem nem pensar duas vezes, você perdera seu batom, baby, agora nada que você possa fazer irá trazê-lo de volta. o seu batom carmim de volta,



Friday 4 June 2010

Mind games

the last time that I saw Dulce, she was right on that stairs, running to take a break and when I realize it, I was the maniac, spinning around to catch your air when you gone. I sat on the stage just to lay my head and close my eyes and I could barely see the tone or the colours so easily apart and being there... oh, I could die inside those eyes. If I look for a second or two, it would really kill my senses.
dulce, my dear, is Jack again, he's back. I dont want to get mad once more. where are you? you know, this anguish inside my void will drive me insane again, i'm biting my lips to keep in silence, and now there's blood in my mouth, cause I bite it hard. and when I feel this taste I meant to break the ice and just run, far away from anything - everything. I do believe in voices, even knowing that I hear them all the time, is a beginning to believe, but not with jack, he's too cruel, too human to scape. they keep telling me 'theres no emotion, gill.' when something is told so many times, even if it is not true - but they are so full of sure, you end up believing and getting in this mind game again, again, again. I could hear a thin voice say: "in your heart there's no emotion, and your soul, your soul just dried away. there's no love, no love left in your body; standing empty forever, and colder every day." ... but there's love, if you want it. and I suffocate at night, because its all poetry in my void, but just half, and half can be enough if you believe it, if you believe me.
dulce, please?

About Me

My photo
I'll meet you in the light.

Followers