Tuesday 11 May 2010

The crying of lot G

sobre a loucura,
e o resto que me impuseram, o perdão que não ouso pedir, as linhas que desaparecem e surgem em um oco espaço de tempo consciente.

tinha um pedaço de papel nas minhas mãos, guardado por um ou dois dias, que insistia em me perseguir, em me atrasar o pulso, me correr o peso, o peso em falso que tinha no colo - chamava-o esperança. dei o pedaço de qualquer coisa que era, estendendo não só a mão, mas as duas, de frente e em silêncio - não quebro o silêncio. e o que realmente restou de um piscar de olhos mútuo, repentino e convertente, foi o mesmo silêncio que me guarda. ah, não tem muita coisa a ser dita, então. são tantas as formas de você se fazer incompreendido, que não me desgasto mais em tempo de puxar o gatilho por tão pouco e nem seria pouco, mas o pouco é relativo e é estarrecedor, quero que seja pouco, então. mesmo que não fosse, era o que eu tinha e foi o que dei. mas tem um, dois, três egos a solta, a minha volta, dizendo tanto o quanto eu nunca pude ouvir, nunca pude separar ou compreender, pensando não ter a necessidade da compreensão aleatória e plena - não plena - e o que te faria pleno? e se te fizesse... você o desejaria mesmo assim? claro que não. maldita linha cravada no peito e em cada pedaço a flor da pele de nossa extinção gratuita. e esse jeito de sentir, de te sentir, por um instante me fez regressar a um lugar que a muito não desejei voltar, o outro lado. a luz que encontrei lá, por pouco não me cegou, por mais pouco ainda, não me sugou para dentro, para nunca mais apagar. ah, a loucura que assino com meu sangue, não age pelo fato de retroceder ao que não penso ou o que ameaço ser. ela age como o choro que rasga o chão que não tenho, o chão que me apontaram ser nulo, o chão que acertaram ser nulo, mas só por uma vez - e uma única vez é muita insolência - não espero respostas abstratas, nem procuro o ponto que falta para terminar a interrogação que se resume o todo que paira... a inércia nunca vai ser suficiente, nem muito menos um estado de espírito, nem vai ser sempre a mesma coisa, muda o tópico, a disposição, a inércia é um caos absurdamente pleno. o que te falta com ela? o que te sucumbe e te permite... ,
estou esperando dentro dessa maldita crosta rasa, ouvir o sussurro por trás de tanta chama, ouvir o sussurro me tirar a respiração, me trancar com algum inóspito. e também sombrio, inimigo, me dizendo que não é sempre assim, não é sempre assim, não pode ser sempre assim. aí vou parar, em tempo de cair, só para segurar a mão que sussurra, segurar porque eu tenho medo, e me dói mais dizer isso que qualquer outra coisa, a insanidade que corta os meus pulsos, que atrasa o meu peso, que desfoca o meu resto, que esmaga o meu ego, que deseja o teu laço, que consome a noite em um trago, que te traga em um piscar de olhos... te lê ao avesso,



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