Monday 1 September 2008

Mutante

As letras confundem-se com os verdadeiros sentidos das frases, e tem uma continua fragilidade entre o querer e o ser quebrado. O ser intacto, possuído, possesso. Possuir... Será que, de fato, possuímos algo? Alguém... Tem quem diga que algo que volta quando você o deixa ir, é porque deveras o possui, mas que ironia, não? Se foi embora, como te pertence? Não seria porque as respostas certas estão ali, em você? Isso não é possuir, é vaidade, medo, consequentemente medo. Vaidade sim, por querer ter a certeza de quem não vai tão longe, ser seu pra sempre. “Pra sempre”.
Enquanto me confundo com os verdadeiros sentidos frasais, penso na condição mutante de ser. Do quão estranho é saber reconhecer o que acontece dentro de você, correndo pelas suas veias frágeis, caindo do seu peso humano e transformando-se em mais, em outro. Pensando estar rudemente afetado por toda aquela velha historia de dúvidas, caminhos, estados, dias, dores, tempo, como é difícil aceitar a condição humana, diga-se de passagem, desumana. Então, mutante. Sou mutante. Não é tão fácil assim.
As fragilidades, as correrias, os amores, os nós na garganta, as perguntas sem respostas, os sorrisos embaçados, os olhares penetrantes e a mente não... Não.
Por poder pensar em todos como tudo, e tudo como cada um pode parecer, para parecer. E se pelo menos eles pudessem ver, se ao menos eles tivessem ido lá, eles entenderiam como alguém escolhe esta condição, veriam passar o trem que peguei para estacionar aqui e eu nunca pensei que seria tão claro... A única diferença é o estado do ser. A calma e a capacidade de enxergar algo além do que a sua barreira permite que você veja. E é tão claro...
Às vezes penso que, se acordar, vou dormir por um longo dia, que pode nunca acabar.

3 comments:

Nathália M. said...

quanta VAIDADE, vanessa..
quanta..

Unknown said...

Posted by JACK.

anh said...

Tão claro que, as vezes, não vejo.

=]

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