Thursday 9 December 2010

Because

... love was you -
I know you don't think you did me wrong,
and I can stay this mad for long
keeping a hold of what you just let go
you're just somebody that I used to know...



Tuesday 19 October 2010

Save a prayer


então permaneço aqui, nesse escuro, nessa dúvida, nessa farsa envolvida em meus dedos por tanto tempo. imaginar que sua voz vai além de seus egos, é mais provável quando se tem um pouco de sanidade, quando a certeza dela não se faz passional.
passando numa rua, fim de noite, olhos desfocados, peito vazio, muito barulho do lado de fora, do lado de dentro também, mas, ah, não ousaria escutar nada além do meu silêncio. percebi que o caminho que estava sendo feito, não me afetara. não era uma luz para seguir por minutos a fio, ou o tempo qualquer que quiseres. dessa rua, na rádio, tocava uma música triste, que joga você pra um funil de sentimentos exatos, mas que não são palpáveis nem muito menos afáveis. ah... meu bom dia vai pra tristeza, pra única sensação real que experimento, que tenho comigo, do momento que acordo até apagar em cores oníricas. mas não deveria ser tão espesso o tamanho da veracidade que ponho em linhas, aqui. poderia, até, mas não pode ser verdade se não fazes verdade para você, loucura. e mais uma vez, estou até indo bem, estou aprendendo a ser apática novamente, aprendendo a ser uma só em três. então, não me peça para sorrir, não me traga uma prece feita de alegria e esperança, porque danço assim mesmo, nessa velocidade, em uma noite inteira, sozinha, dois passos pra cá e dois pra lá, movo o pouco que me restou de leveza com uma ânsia tão brutal que é confundida com calma. é como arrancar todos os poros de uma árvore e ela ir murchando devagarzinho, sem pressa. não duvide da dor que a calma não aparenta, ela é o dobro da sua insanidade calculada e grotesca, em formas e gostos diferentes. a minha calma é o calar que ponho na balança junto com sua agressividade ávida e faminta. meu calor é pálido, devagar e bem instável... então, não. não me traga suas preces, amor. não me deseje sorte ou paz, guarde para de manhã, me chegue com um bom dia tão maior que minhas desilusões, me pergunte como foi sonhar longe desse inferno enquadrado por tanto tempo, me faz um café bem forte, toma meia xícara, então, me dá o resto devagar, pra ter vontade de beber pra sempre, metade de você. mas não essa reza por paz de qualquer coisa, esse cuidar direcionado e inflamado de nada por se saber. chega em mim, tristeza, bem cedinho, provavelmente estarei acordada, te esperando bater em minha porta, mesmo ela aberta... bata. vou continuar surpresa, vou sorrir baixinho, pois tenho vergonha, meu sorriso é tão bobo, tão vitral que não preciso te-lo comigo, para não me sentir tão boba assim, nessa moldura. e quando for de noite, mesmo sem ter passado o dia, ao fechar os olhos, ao sair no escuro, ao procurar um rastro de azul no meio de tanta bagunça nessa dança mal colada, me pede a mão, me enche os olhos, me trague por inteiro, mas não me faça essa prece agora, não... guarda ela pra amanhã de manhã. pro bom dia se encher de devaneios de novo, pra dar o que nunca foi nem aspirado em voz alta, à minha loucura que pouco a pouco se faz mais real e visível no claro do dia. bom dia, loucura, segura a minha mão forte, para ninguém nos ver na luz,


Tuesday 24 August 2010

Dorothy Lamour

, com amor te matei.

and there was night, like it always have been here inside. the steel in my eyes and the bitter taste in my mouth,
consume the rest of my words, with silence,

... porque ainda logo, faço ou disfarço ao entornar
mais um gole, mais uma garrafa
de todo esse estilhaço que me deixa em, .

em outra cena, com um alto nível de razão, sentimentalismo barato e coberto por normalidades não casuais, encontro um pequeno rastro de uma possível epidemia, resultado de uma insatisfação irracional, vinda de um visitante quase alegórico, para aquela cena, para aquele canto todo, em um só tom. o visitante chegou, não sabia se havia morrido ou se delirava - a olhos nus, finalmente - e se deparou, primeiramente, com um sono, perdido em todos os seus anos ansiosos por qualquer coisa. então ele dormiu, perto de uma pedra, entre dois ou três arbustos vermelhos. ao acordar, quase um dia depois, não vestia mais saudade, nem muito menos destreza calçava. levantou-se, não entendeu o que se passava ali, mas não hesitou em aproveitar o momento sem questionar. era a primeira vez que não colocaria uma questão no topo de um sentimento. não guardaria o seu humor para o escuro, que, outrora, preenchia seu peito. o visitante andou até suas pernas pararem e sentarem em um enconsto velho de madeira, próximo a uma estreira vila do lado esquerdo de sua caminhada. esquerdo, veja bem. esquerdo. então, como se estivesse condicionado aquilo, levantou-se ao ver uma mulher, pálida como uma luz opaca, e eles ficaram ali, se falando no silêncio, esperando o próximo passo a ser seguido. e então as suas mãos procuraram as da moça pálida e nesse momento, escuta-se uma tempestade de areia para interceder na passagem. eles estavam em outra cena. agora estariam vivos? ou mais uma vez, delírio? e foi delírio? agora não mais tinham o silêncio. e no lugar dos sons mudos, cores mortas, pois não mais poderiam ver. só tocar ou cheirar as incertezas. teriam que ser guiados pela mútua confiança adquirida pela situação. - poderia ser qualquer cor, o visitante pensou. poderia nem ser, talvez. acrescentou a moça pálida. eles conseguiam sentir o cheiro do vermelho, o sabor do pesar de uma palavra, foram paralizados, então, cristalizados. outra cena. silêncio não mais, nem muito menos a cegueira. esses deram lugar ao não sentir. mas antes que isso se eternizasse, que ficassem estáticos, inertes, na fala muda um do outro, na visão insuficiente de ambos, fez-se o delírio. as cores voltam a ser uma por uma calculadas exatamente no ferro e fogo que pudessem vê-las, senti-las, cheira-las e até adiciona-las ao que quer que fosse. mas antes disso... outro delírio, outra loucura. o tudo virou negro, frio, pequeno, ia diminuindo e o visitante nada mais podia fazer, não dispunha de seus sentidos. estava possuido por uma fadiga cruel e que não fazia o mínimo sentido. casual. então a paralizia tomou a languidez da moça. estavam no centro da mais improvável realidade. não se andava mais, nem a respiração. outro delírio. outra cena. dentro de uma bolha, uma bolha que sucumbia a outra e outra e cada vez menos bolhas, numa relação inversa ao plausível. então eles foram devagar aterrisando em outra atmosfera. suas mãos se encontravam, suas cores se confundiam, agora tudo parecia mais próximo ao... nada real. outro delírio. voltaram os movimentos, agora eles só voltam, andam de traz para frente e também o pensamento e sua corrente de níveis de isolação. seus desejos se resumiam a experimentar o que não faria o mesmo sentido de uma cena passada. e depois da bolha, do silêncio, da paralizia, da cegueira, a loucura ardeu e perfurou suas hipoteses absurdas e prováveis uma a uma, devagarzinho, voltando sempre para exterminar a certeza também.
tive que sair da sala, estava na primeira fila e um só tiro àquela distância, não acertaria todos os meus insólitos pensamentos. a sala logo ficou vazia, talvez não percebera que eu era o único ali. as luzes acesas, a tela desligada. estava tão perto do the end,
...
a tua cor, o teu nome, mentira azul!
tudo passou, teu veneno, teu sorriso blue...
ai, hoje eu sou água-viva nos mares do sul
não quero mais chorar, te rever, dorothy lamour.








Tuesday 10 August 2010

Coração selvagem

meu bem, guarde uma frase pra mim dentro da sua canção, esconda um beijo pra mim sob as dobras do blusão. eu quero um gole de cerveja no seu copo no seu colo e nesse bar... meu bem, o meu lugar é onde você quer que ele seja. não quero o que a cabeça pensa eu quero o que a alma deseja.: arco-íris, anjo rebelde, eu quero o corpo, tenho pressa de viver... mas quando você me amar, me abrace e me beije bem devagar, que é para eu ter tempo, tempo de me apaixonar, tempo para ouvir o rádio no carro, tempo para a turma do outro bairro, ver e saber que eu te amo. meu bem, o mundo inteiro está naquela estrada ali em frente, tome um refrigerante, coma um cachorro-quente. sim, já é outra viagem e o meu coração selvagem tem essa pressa de viver.
meu bem, mas quando a vida nos violentar pediremos ao bom deus que nos ajude, falaremos para a vida: "vida, pisa devagar meu coração cuidado é frágil; meu coração é como vidro, como um beijo de novela" meu bem, talvez você possa compreender a minha solidão, o meu som, e a minha fúria e essa pressa de viver e esse jeito de deixar sempre de lado a certeza e arriscar tudo de novo com paixão. andar caminho errado pela simples alegria de ser. meu bem, vem viver comigo, vem correr perigo , vem morrer comigo! talvez eu morra jovem, alguma curva no caminho, algum punhal de amor traído, completara o meu destino. meu bem, vem viver comigo, vem correr perigo, vem morrer comigo, meu bem, meu bem, meu bem ...

Sunday 8 August 2010

Quelqu'un m'a dit

after a while I still think it was no fiction, wasnt the first time that I saw her and your pale skin was just another way to say goodbye. and I meant to kidnap you that morning, but I couldnt and still ... what should I feel now when its dawn? how many times I thought: why dont you come? you look where I dont walk, can't hear you sing, I have no idea how to go away, or, - its suppose to be so simple a word, a smile - living in a poem, like me - poor mind - you should understand, I'd surely fall for you and I badly did it. so believe that all the fleurs I'd give, but see: I dont know how to start. it doest matter when your words are said only inside your mind and could make sense if... if its said.

c'est secret



Monday 2 August 2010

The sound of silence

sobre o quase, o azul e o rude imaginário

aproveitando o silêncio que embalava o mais intrínseco passeio ao surreal, no meu jogo de lembranças falhas, vi os dois lados. a lua num clarão, ainda doendo nos ossos, ainda distante e irremediavelmente só. minha boca beijava o vinho ainda, ja rasgado e pela metade. e depois, mais um pouco de paciência e volto ao estado rude de outrora, de estar repleta de amargura e convencida de ser o certo a se fazer. mas vejamos pelo terceiro olho, jack. acordei e tudo estava atravessado em rodeios, em poucos sinais de imaginação. fui caminhando, passos magros e opacos, até a sala, que não estava mais vazia, eu a desejei tanto com todas aquelas flores e luzes, toquei o mais triste disco que me conduziu ao escuro, ao escuro, dançando no escuro, o veludo azul, mais uma vez, eu procurei respostas naquele escuro, dois pra lá, dois pra cá, os sussurros invadiram o silêncio, de repente os botões da minha camisa amassada transformaram-se em pessoas ao redor sem ao menos moverem-se, esperando aquela dança terminar, quem sabe não seria a música de qualquer um, após o veludo azul? tão sutil quanto, tão triste e confortante até mesmo para uma dança solitária como aquela, onde só se via o azul do veludo, nada do soft, baby. quando a música terminou de tocar, afundei minha cabeça em perguntas sem explicações, sem gostos, sem definições e todas as pessoas tinham desaparecido, não ouvia-se mais os sussurros, que parecia que eles só escutavam, mas não ouviam e nem ousavam pertubar aqueles tons, aqueles sons que me embalavam no silêncio. ninguém viu, o eco do silêncio, as pestanas em preto e branco, quase matando as cores neutras rastejando por uma luz. e o meu quase azul rude permaneceu após as vírgulas, me embalando no silêncio, me entorpecendo sem cair, sem agir, um só olho aberto, tentando não enxergar nada além das cores opacas do escuro, para no escuro permanecer, sem a busca pelo tudo que te restou, ou o nada que te tomou.




Saturday 24 July 2010

july 24th

sobre o dia-noite e algumas questões de propulsão não-aleatória

Agora eu era o herói
E o meu cavalo só falava inglês
A noiva do cowboy
Era você além das outras três
Eu enfrentava os batalhões
Os alemães e seus canhões
Guardava o meu bodoque
E ensaiava o rock para as matinês

Agora eu era o rei
Era o bedel e era também juiz
E pela minha lei
A gente era obrigado a ser feliz
E você era a princesa que eu fiz coroar
E era tão linda de se admirar
Que andava nua pelo meu país

Não, não fuja não
Finja que agora eu era o seu brinquedo
Eu era o seu pião
O seu bicho preferido
Vem, me dê a mão
A gente agora já não tinha medo
No tempo da maldade acho que a gente nem tinha nascido

Agora era fatal
Que o faz-de-conta terminasse assim
Pra lá deste quintal
Era uma noite que não tem mais fim
Pois você sumiu no mundo sem me avisar
E agora eu era um louco a perguntar
O que é que a vida vai fazer de mim?

Sunday 18 July 2010

Glósóli

sturlun við fjar-óð, sem skyldu-skrá. og hér ert þú, fannst mér...

o que haveria para fazer, não seria o desabotoar da minha camisa, ou o barulho do seu riso. não seria páreo para nada do que foi sentido, do que seria uma vírgula em aberto, para você, então, continuar. preciso desse estado para sobreviver, dessa ânsia continua, desse desejo incontido, dessas palavras mudas, do muito que tende a sumir. o frenesi, a minha loucura urbana, na velocidade de uma taquicardia imediata. dulce, finalmente, meu amor, te encontrei, e é pra você: um jardim de pedras, entre o tudo e o nada. e agora, querida? você... você que pouco fará da minha insanidade barata, do meu sorriso desamparado, do meu discurso sem voz, da minha submersão para o fim de tudo. e agora, dulce? e agora? e teu verde que me corrói os ossos, que me mata em frisson, de paradas outra vez contínuas. o teu nome que grito em silêncio, que pensei que pudesses escutar. e agora? dulce, não me leve a mal, eu só precisava te encontrar, te dizer, te tirar daqui. porque só o que me acalmou foi o teu nome na canção, perdido... gritando o que eu não poderia dizer, me confundindo a realidade, outra vez.

dulce, estou tomando uma dose atrás da outra, só para condizer com o drink ao invés do que se sente. estou me enterrando em danças sem par, no escuro, num ritmo que poderia imitar um bolero mudo de uma noite quase muda. já não saberia responder, ao abrir a porta, que era você, incontestavelmente. encenei reconhecer suas mãos, precisaria de um pouco mais de surrealismo para continuar com a cena. - minha mente está me dando vida ou morte? - [...] era você, dulce, no carro, no rádio, na estação, na tarde perdida, no pesar indireto, na ponta do meu lápis, no meu tédio, no filtro do meu cigarro, nos botões do meu blusão, as vozes na minha cabeça! ah, fannst mér... songes et mensonges, de cor.

"nú vaknar þú
allt virðist vera breytt
eg gægist út
en er svo ekki neitt
[...]
en hvar ert þú..."





Friday 16 July 2010

Moonlight


onde a loucura e a gentileza se encontram? ...





Thursday 15 July 2010

Pale blue eyes

sobre um bolero inacabado

ah, mudei de conversa pra não falar, dobrei a esquina para não ver...
jack, jack. tinha aquele outro, aquele outro atalho, não vê? aqueles vinis, todos água abaixo, aquelas uma, duas, três, três fotografias de um palco batido à mão, de um estreito lógico à margem de um nada, de uma idéia tão próxima de outra que poderia parecer irreal, de alguns goles, de todo aquele verbo ser, na terceira pessoa no singular, modo indicativo, presente do indicativo. do que indicaria o que não seria, não seria, não? não, não. não, não... mas foi. não, não disse não. não poderia. gentilmente te colocaria a minha frente, para não ter como não olhar, porque não teria como lembrar de outra coisa, não seria uma promessa aleatória, seria qualquer coisa que pudesses, um tom a mais, um gole ou dois, um cigarro antes de apagar, ah, outro gole, e mais outro, até embriagar-se para esquecer. poderia ser até um sorriso, um passo em falso, uma leitura indireta, algo inacabado, perto de ser ou de desaparecer. poderia ser um único olhar sério, aqueles que você precisa sorrir para não comprometer o coração, para não parar em batidas distantes, imunes... teria que dizer ao meu coração que sou imune, eu disse, mas ninguém me leva a sério, loucura. ninguém me leva a não ser por alguns segundos. então para que falar? o amor engoliu meu silêncio, a loucura roubou tudo outra vez,



Monday 28 June 2010

Lazy eye

sobre o pouco que me atinge,

um sentimento não elimina o outro. é a questão social que vai contra a minha loucura, que me despedaça em pequenas ilusões, ilusões essas que crio na minha cabeça para suportar o peso de não ser. ou de ser mais que o provável. não penses que o perdão é algo fácil de dizer, ou que chances são dadas pelas circunstâncias. não deixe o fogo subir a sua cabeça, ou o gelo tomar conta de suas mãos. por mais óbvio que possa aparentar, os meus dois olhos não vêem a mesma coisa. tenho um olho torto e outro no céu. e o que me resta é acreditar no provável, no piegas, nas questões fora da linha, para enganar o seu inconsciente, para ver o que não está à vista, e agora que todos os sinais estão - quase - me enganando, não tenha tanta certeza assim, mesmo o retrato de um inimigo perfeito, não deixa só a sombra da dúvida em uma cabeça partida em três, esmagada pelos pontos surreais que a cercam. parte dela sabe o que pensar e o que pensam também. bom dia, minha amarga loucura, bom dia e me sabote mais uma vez.



Monday 21 June 2010

Fairground

monólogo sobre a relatividade e a fórmula do abstrato concreto

jack: o que você faria se a vida ficasse sem graça?
ben: procuraria graça
jack: onde?
ben: a gente não sabe essas coisas, por isso a busca. até sabe,
mas é muito abstrato pra sucumbir ao consciente
jack: o que mais que é abstrato?
ben: qualquer coisa é abstrata e concreta, é relativo,
depende da forma que você quer vê-la
jack: então, quero saber a forma que você vê
ben: eu vejo a dualidade, você sabe
jack: eu não sei
ben: o outro lado de qualquer coisa, o abstrato transforma-se em concreto
tanto quanto o concreto em abstrato
jack: o que você procura?
ben: eu procuro uma vista
jack: como assim?
ben: uma vista, qualquer coisa que possa me prender, uma vista.
eu acho que procuro poesia
jack: tem mais poesia do que viver por amor?
ben: tem. não viver
jack: morrer?
ben: não, não viver o amor. logo, morrer
jack: nao viver o amor é poético?
ben : mas a morte seria a consequência
jack: então acho que nunca soube o que é poesia.
ben : poesia its all around us, é tudo, depende de como vc vê
jack: tudo depende
ben: sim
jack: a relatividade
ben: é
jack: nada de certezas, só relatividades, relações
ben : sempre achei a certeza uma pretensão, mas isso também é relativo
jack: pois bato no peito!
ben: you know.
jack: I dont know.
ben: I wish you do...
jack: e sumir na fumaça


Thursday 17 June 2010

Lipgloss

sobre a marca carmim

but a mutant couldnt have so much love. couldnt, couldnt. what is love, anyway? it such a human feeling after all. what is the way it should be? there is so many ways to have a heart, to have two hearts in just a hand... i just suffocate at night, thinking in how deep can be or how sweet. and all i could do was whisper: one more solo, babe, one more beat, once again us... liquidating my senses one by one, word after word, this heat freezing my eyes, blinking slowly, creeping into my bones as an appeal, a last one.


[...] ah, se eu soubesse que você iria se casar, não teria nunca te deixado esperando, com aquele vestido preto, atravessando a rua de baixo. quando me dei conta, lá estava ela, parada na minha frente, olhando fixamente para os meus olhos, sem não falar uma palavra sequer, eu morria de medo daquela sombra, que uma vez acompanhara a minha. quando eu nem imaginava que aquela pele pálida fosse uma outra forma de me dizer adeus. e foi. em meio a tanto alvoroço, ela dizia sim, eu, não, o que era noite já era muito tarde, ela completava a minha imagem opaca de 'boba apesar de tudo'. um dia saimos para jantar e, me roubando um trago, pude ver o jeito sem graça que pegava o cigarro light que estava quase no fim. então, pedindo descrição, ela pegou minha mão ao acaso, alegando saudade do que iria vir, do que nunca chegaria a vir, imaginei como seria arrancando um tufo de cabelo por insegurança, não sei o que aconteceu depois. agora você casou, está tão frio aqui, estou queimando com essa jaqueta, baby. agora sussurro novamente por mais um solo, mais uma batida, mais uma vez a gente, meu bem. e poderia ser mais uma rima barata de karaokê, falar o que só as paredes escutariam, mas, veja bem, já não falo tão alto assim, já não me permito gostar tanto assim, é tanto desaforo a flor da pele, é tanta pele cor de flor, cor de água, cor neo qualquer coisa. o meu amor ao velho oeste, o meu retrato de todos os bobos, a minha mão ainda trêmula, baby. ainda usaria a promessa da felicidade plena ao lado rubro da força, de permitir perder-me em somente uma cor de batom. mas you know, né? estão todas usando essa cor neo-qualquer-coisa. ah, não sei, não. o vermelho ainda me agrada aos olhos. ainda me sufoca a noite toda, me torce as vísceras ao avesso. os meus olhos ainda parecem um par de sapatos pretos, mas bem deep inside, tem uma pontinha que te enxerga de todas as maneiras, até como se fosse uma loucura qualquer. mas quanto ao lipgloss, honey, se você o perdesse, o seu amor do velho oeste mudaria de idéia na segunda feira para ir embora no domingo, te segurando pelo braço enquanto falas ao telefone, aquela marca nos botões, você correria sem nem pensar duas vezes, você perdera seu batom, baby, agora nada que você possa fazer irá trazê-lo de volta. o seu batom carmim de volta,



Friday 4 June 2010

Mind games

the last time that I saw Dulce, she was right on that stairs, running to take a break and when I realize it, I was the maniac, spinning around to catch your air when you gone. I sat on the stage just to lay my head and close my eyes and I could barely see the tone or the colours so easily apart and being there... oh, I could die inside those eyes. If I look for a second or two, it would really kill my senses.
dulce, my dear, is Jack again, he's back. I dont want to get mad once more. where are you? you know, this anguish inside my void will drive me insane again, i'm biting my lips to keep in silence, and now there's blood in my mouth, cause I bite it hard. and when I feel this taste I meant to break the ice and just run, far away from anything - everything. I do believe in voices, even knowing that I hear them all the time, is a beginning to believe, but not with jack, he's too cruel, too human to scape. they keep telling me 'theres no emotion, gill.' when something is told so many times, even if it is not true - but they are so full of sure, you end up believing and getting in this mind game again, again, again. I could hear a thin voice say: "in your heart there's no emotion, and your soul, your soul just dried away. there's no love, no love left in your body; standing empty forever, and colder every day." ... but there's love, if you want it. and I suffocate at night, because its all poetry in my void, but just half, and half can be enough if you believe it, if you believe me.
dulce, please?

Sunday 23 May 2010

Formulae

sobre a auto-sabotagem,

é bem simples perceber o tanto de amargo que há em você não conseguir concentração além de ser experimento - seu próprio experimento. eu tenho a voz rouca de ansiedade, de tentar retroceder o que não deveria ter dois lados, tenho um par de incertezas ao invés de ser um par. e tentar ser um par é uma tarefa para quem nunca e conformou com a realidade, em ser o exato complemento para o que, por hora, te faz perder o fôlego. e esse grito interno que te rasga ao avesso, numa tarde tão inóspita, que você pediu para eu estar presente e é tanta culpa que te consome, que te pega de surpresa, que eu poderia nem ter ido, poderia ter ficado dentro do seu estreito quase, passando em cada veia até te fazer parar de pulsar de vez. e se a tua loucura é dividida, em exatas três silabas, como fazes para suportar, sozinho, o peso de me perder? não tem nada por trás dessa cortina que te fere ao abrir, com todos os personagens daquela noite estragada por um único experimento, ben. você tenta dogmar a sua própria teoria, um conjunto inacabado de sadismo inconsciente. ... e te definiria como se soubesse mesmo quem és, te tirando o sono só para não te perder os olhos, observando em cada passo pra onde pende o teu espelho, pra onde cai o teu cabelo, de onde viria o escuro para te perseguir, de quantos modos você poderia sorrir, mesmo sabendo que o amanhã é todo frívolo, quase e praticamente irresoluto. e o meu apelo me rói os ossos, me vidra e consome, te imagino em uma única figura, enquadrada por um ou dois pedaços de branco e a qualquer momento eu poderia acordar para sentir novamente aquele estranho gosto terminal na minha boca. mas que seja devagar, que eu te leia devagar, para ter tempo de ver as entrelinhas, para ter tempo de você mudar o parágrafo que quiser, para não ter perigo de cair lágrima alguma no seu papel, nem que possa ver por trás da tinta, e todo dia, todo o resto que se dissolva, tudo que se ampara por um fio azul, e a minha fórmula foi regenerada para não ter espaço suficiente, para explodir o tempo inteiro, repleta de pequenos detalhes e também de evidências para guardar uma frase que for, escrita em preto, na minha pele, até misturar-se ao resto,



Tuesday 11 May 2010

The crying of lot G

sobre a loucura,
e o resto que me impuseram, o perdão que não ouso pedir, as linhas que desaparecem e surgem em um oco espaço de tempo consciente.

tinha um pedaço de papel nas minhas mãos, guardado por um ou dois dias, que insistia em me perseguir, em me atrasar o pulso, me correr o peso, o peso em falso que tinha no colo - chamava-o esperança. dei o pedaço de qualquer coisa que era, estendendo não só a mão, mas as duas, de frente e em silêncio - não quebro o silêncio. e o que realmente restou de um piscar de olhos mútuo, repentino e convertente, foi o mesmo silêncio que me guarda. ah, não tem muita coisa a ser dita, então. são tantas as formas de você se fazer incompreendido, que não me desgasto mais em tempo de puxar o gatilho por tão pouco e nem seria pouco, mas o pouco é relativo e é estarrecedor, quero que seja pouco, então. mesmo que não fosse, era o que eu tinha e foi o que dei. mas tem um, dois, três egos a solta, a minha volta, dizendo tanto o quanto eu nunca pude ouvir, nunca pude separar ou compreender, pensando não ter a necessidade da compreensão aleatória e plena - não plena - e o que te faria pleno? e se te fizesse... você o desejaria mesmo assim? claro que não. maldita linha cravada no peito e em cada pedaço a flor da pele de nossa extinção gratuita. e esse jeito de sentir, de te sentir, por um instante me fez regressar a um lugar que a muito não desejei voltar, o outro lado. a luz que encontrei lá, por pouco não me cegou, por mais pouco ainda, não me sugou para dentro, para nunca mais apagar. ah, a loucura que assino com meu sangue, não age pelo fato de retroceder ao que não penso ou o que ameaço ser. ela age como o choro que rasga o chão que não tenho, o chão que me apontaram ser nulo, o chão que acertaram ser nulo, mas só por uma vez - e uma única vez é muita insolência - não espero respostas abstratas, nem procuro o ponto que falta para terminar a interrogação que se resume o todo que paira... a inércia nunca vai ser suficiente, nem muito menos um estado de espírito, nem vai ser sempre a mesma coisa, muda o tópico, a disposição, a inércia é um caos absurdamente pleno. o que te falta com ela? o que te sucumbe e te permite... ,
estou esperando dentro dessa maldita crosta rasa, ouvir o sussurro por trás de tanta chama, ouvir o sussurro me tirar a respiração, me trancar com algum inóspito. e também sombrio, inimigo, me dizendo que não é sempre assim, não é sempre assim, não pode ser sempre assim. aí vou parar, em tempo de cair, só para segurar a mão que sussurra, segurar porque eu tenho medo, e me dói mais dizer isso que qualquer outra coisa, a insanidade que corta os meus pulsos, que atrasa o meu peso, que desfoca o meu resto, que esmaga o meu ego, que deseja o teu laço, que consome a noite em um trago, que te traga em um piscar de olhos... te lê ao avesso,



Thursday 29 April 2010

Crystalised

sinopse geral - monólogo dividido em três personagens: valentina, isis e theodore. quando o que mais incomoda é o tempo que resta,
é nele que é preciso se apoiar, pois em meio a três psiques em um mesmo corpo, a morte chega de formas e caminhos distintos,
que terão que se cruzar.


e no último passo, valentina chegou a theodore, como um espasmo chega ao piscar de um olho;

v - na minha disritmia, não poderia admitir algo tão banal como ter certeza de algum sentimento.
t - nos dias que passei inerte, com você, era só mais uma dose pequena que aspirava...
v - o que não desliga-se do fato de ser fatal, the.
t - o que não liga-se ao fatal de ser você, de sermos nós.
v - o que quer, então? me tomar de novo?
t - aquela cristalização, por hora, me faria desaparecer.
v - não o faria.
t - poderia passar o tempo que quiser.
v - não é bem assim... isis.
t - ah, mais uma vez para a metade auto diagnosticada em afasia!
v - anularia?
t - você e eu.
v - o que não seria dois, seria mais um.
t - não chegaria a mais de 2 palmos a mais do que estou...
t - é tão mais profundo do que pensas ...
v - profundo a não ser dentro de mim, de você.
t - você precisa nos ajudar a voltar ao começo ...
v - antes que eu seja paralizada,



Sunday 18 April 2010

Don't let me be misunderstood

sobre a ânsia e o ad hoc

existe uma náusea mais intensa do que a ânsia, um pedaço insolúvel do quebra cabeça, que não há o que perceber. é mais uma forma de passar por entre os dedos sem sequer tocar a mão. no sistema que criaram, é bem mais simples piscar os dois olhos ao mesmo tempo, ao invés de um só. o cinismo corresponde a expectativa vazia de um porém. - nunca soube se me faço compreender ou se só acrescento perguntas abstratas em um quadro negro. - de qualquer forma, na medida do possível, o que há é que, estando de frente para uma rua tão escura e vazia, consegui ver a inconstante hipótese sendo falseada. a originalidade de tanta evidência ... um dia tão irresolúvel. ponto. mais uma vez ... a retórica sentimental! que é uma sede sem intriga anterior. é questão de poesia. essa conspiração já inflou meu delírio, essas paralelas distantes já não fazem tanto sentido quando são metrificadas. e esse caos cultural, que é inferior a qualquer razão linguistica, reduz-se a versos. é um grito ao avesso, não? esqueça toda essa pausa indiferente, que insiste em fazer parte, atravessando a parede e o punhal. e o meu grito é para o frenesi, para o sentimentalismo barato, para morrer de amor, sem precedentes e muito menos luto. o meu grito é para deliberar a ânsia de uma embriaguez contínua, embriaguez em uma elegia qualquer, fatal, para somente sobreviver o que se há para ficar. grito, o meu grito ao avesso não é alusão ao frívolo. é passional e repentino, como toda poesia deve ser, um relógio sem ponteiros


Wednesday 10 March 2010

Alucinação

sobre o retrocesso e o inusitado

j - a sincronia do movimento das cores até o branco...

o - mas você está cercado por todas as partes. existe algo prestes a explodir em cada passo dado
j - dei o primeiro passo quando caí de frente para o verde daquela poltrona.
o - e então você sentaria para escutar o que foi, ser mais uma vez?
j - mais uma vez pediria um trago ou dois. mania de solidão.
o - a solidão ... estaria onde você me levasse.
j - estaria?
o - seria como quebrar o espelho,
j - vírgula?
o - quase.
j - quase?
o - vírgula... o espelho.
j - estou gritando em português, desta vez
o - não o faria compreender.
j - existem argumentos.
o - e a introspecção...
j - a última palavra ousaria prender, seria o sinal que me falta
o - onde me deixaste...
j - pense bem, essa luz azul, no meio de som algum,
o - estaria presa sem sequer preencher
j - essa rima urbana de pouco caso, sim...
o - e veria soar não como escutaram
j - uma de cada vez, um sentido por vez
o - a audição? o meu tato... meu terceiro, quarto olho
j - pararia e acho que você entenderia
o - ah, agora?
j - agora creio que seria muito tarde
o - agora é tão cedo, me deixa ficar
j - não vê?
o - por um minuto, pediria para ver
j - trocaria por um suspiro, seria tempo demais
o - não, não
o - feche os olhos, sim?
j - seria impossível não enxergar por trás de tanta banalidade
o - de tanta possibilidade
j - fatos.
o - não seriam...
j - gire para nunca mais parar, fale agora, mais uma vez
o - retroceda até o branco, até o branco e vá deixando...
o - não saberia me afogar em tão pouco, ou no azul...
j - cale o bege, o preto, o verde pardo.
o - eu só espero que esse tango dure,
j - dançaria no escuro, é estertor de tantas primaveras
o - desesperadamente...
j - poderia enganar a verdade
o - mais uma vez, não quero ver.


Monday 22 February 2010

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I can cheat you blind ...
while all of the sign are deceiving



So tonight that i might see

o simples fato de não compreender a negação efetiva e dominadora dentro de você, já é motivo para o perecer contínuo, que parece não ter fim tão cedo. mas aquele perecer vazio, que invade tudo aos poucos, com a calma de um coração acelerado... que te carrega ao fundo de uma estreita superfície. seria só gentileza clandestina, achar o silêncio uma vírgula tão mais dolorosa que a própria dúvida? e não seria a vírgula uma dúvida? ou só o começo de qualquer tentativa de final? nunca acreditei no ponto final. é mais pretensão ainda querer usá-lo metaforicamente em uma hipótese, ou até mesmo como eufemismo. a vírgula é eufemica sim. ela é a dedicação do desacelerado, o que custa de acreditar. é a margem da dúvida e o abstrato impossível de se concretizar. a lamentação perene, uma situação ou duas ou três vírgula quatro. é um salto no mar, se você souber nadar, impactos a parte, vá até onde enxerga. mas veja: eu não sei nadar. em nenhum sentido. não ousaria ficar mergulhada em algo, não tenho mais fôlego para isso. o fôlego seria o de menos. agora meus olhos tremem a sua partida, talvez uma negação inconsciente do que um dia foi tão claro. a vírgula do ceticismo me carrega para uma gruta escura e não demoro a me acostumar a nova visão, demoro? não demora, não. um par de rodeios. mas a noite, o escuro... são tão imprevisíveis. (mais uma: o escuro.) no meu papel de vítima, tenho uma mortalidade ineficaz rondando o outro lado. mas não somos todos vítimas? somos? vítimas? aceitar esses rostos não aderentes a qualquer fita para causar, pode ser, no mínimo, parcial e depressivo. menos depressivo que pensar em tudo que podia dar e não deixaram ou não quiseram, ou pelo simples fato de fugir do absoluto. não que acredite nele, ou o sinta, mas o meu medo deu lugar a uma esperança inusitada que tão breve foi substituída pelo ceticismo arrasador de que tanto fujo. e você nem viu. você nem viu...o que meu grito nega - a verdade parcial. outra vez é só silêncio - o gosto amargo. (...) não viu,

Tuesday 16 February 2010

Imitation of life

então começo a pensar sobre a frieza, sobre a quantidade de inércia que somos capazes de viver, que sou capaz de mergulhar. e me vem um pensamento único, porém não objetivo, na cabeça: é possível. é possível perceber todo o gelo que se alastra pela sua cabeça e mesmo assim não se partir em pedaços definidos. tenho tanto grito acumulado, que só esse gelo pode sucumbir minhas cordas vocais e empatar o fogo passar pela minha boca. e não é só um pedaço de dúvida, não é mais uma abstração inimaginável, não é, não. eu não tenho medo. não mais. não quero ver o choro, o seu, o meu, o nosso coração... o nó está intacto, não se move, não sai, sou eu, é você, uma única tentativa. uma única linha horizontal indo exatamente para o mesmo lugar. eu não acredito em nada, não. não acredito para não ter que lidar com o partir de todas os pilares invisíveis que secretamente construí. é, talvez não acredite por orgulho. eu luto, me esfaqueio, eu deixo você entrar... eu deixo você ir... é o que você aguenta, é o gosto do amargo e eu não tenho mais medo, o que você se torna, o que me permiti, é agora um gosto indefinido, porém não inperceptível. são pedaços perdidos, não quero escutar, não peço para temer, não, não, tem uma onda gigante, tem um furacão, tem um terremoto, uma astronave, um pedaço de qualquer dúvida, ah, não! eu não quero ver nada disso, não quero discutir o plausível, sou muito seca, não é mesmo? eu só vou fechar os olhos para dormir no seu jardim, até deteriorar o resto da minha quase, quase certeza absoluta. é uma sexta feira escura, mas é terça. e o meu mergulho, mas é a raiva acumulada, é uma certeza, mas é o meu orgulho, são as lágrimas, mas eu não tenho medo, não quero ver... a única complitude sendo eliminada por mim mesma, por não ser algo imaginável pela mortalha na qual me reduzi, tornando invisível também o meu ... .

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