Saturday 24 July 2010

july 24th

sobre o dia-noite e algumas questões de propulsão não-aleatória

Agora eu era o herói
E o meu cavalo só falava inglês
A noiva do cowboy
Era você além das outras três
Eu enfrentava os batalhões
Os alemães e seus canhões
Guardava o meu bodoque
E ensaiava o rock para as matinês

Agora eu era o rei
Era o bedel e era também juiz
E pela minha lei
A gente era obrigado a ser feliz
E você era a princesa que eu fiz coroar
E era tão linda de se admirar
Que andava nua pelo meu país

Não, não fuja não
Finja que agora eu era o seu brinquedo
Eu era o seu pião
O seu bicho preferido
Vem, me dê a mão
A gente agora já não tinha medo
No tempo da maldade acho que a gente nem tinha nascido

Agora era fatal
Que o faz-de-conta terminasse assim
Pra lá deste quintal
Era uma noite que não tem mais fim
Pois você sumiu no mundo sem me avisar
E agora eu era um louco a perguntar
O que é que a vida vai fazer de mim?

Sunday 18 July 2010

Glósóli

sturlun við fjar-óð, sem skyldu-skrá. og hér ert þú, fannst mér...

o que haveria para fazer, não seria o desabotoar da minha camisa, ou o barulho do seu riso. não seria páreo para nada do que foi sentido, do que seria uma vírgula em aberto, para você, então, continuar. preciso desse estado para sobreviver, dessa ânsia continua, desse desejo incontido, dessas palavras mudas, do muito que tende a sumir. o frenesi, a minha loucura urbana, na velocidade de uma taquicardia imediata. dulce, finalmente, meu amor, te encontrei, e é pra você: um jardim de pedras, entre o tudo e o nada. e agora, querida? você... você que pouco fará da minha insanidade barata, do meu sorriso desamparado, do meu discurso sem voz, da minha submersão para o fim de tudo. e agora, dulce? e agora? e teu verde que me corrói os ossos, que me mata em frisson, de paradas outra vez contínuas. o teu nome que grito em silêncio, que pensei que pudesses escutar. e agora? dulce, não me leve a mal, eu só precisava te encontrar, te dizer, te tirar daqui. porque só o que me acalmou foi o teu nome na canção, perdido... gritando o que eu não poderia dizer, me confundindo a realidade, outra vez.

dulce, estou tomando uma dose atrás da outra, só para condizer com o drink ao invés do que se sente. estou me enterrando em danças sem par, no escuro, num ritmo que poderia imitar um bolero mudo de uma noite quase muda. já não saberia responder, ao abrir a porta, que era você, incontestavelmente. encenei reconhecer suas mãos, precisaria de um pouco mais de surrealismo para continuar com a cena. - minha mente está me dando vida ou morte? - [...] era você, dulce, no carro, no rádio, na estação, na tarde perdida, no pesar indireto, na ponta do meu lápis, no meu tédio, no filtro do meu cigarro, nos botões do meu blusão, as vozes na minha cabeça! ah, fannst mér... songes et mensonges, de cor.

"nú vaknar þú
allt virðist vera breytt
eg gægist út
en er svo ekki neitt
[...]
en hvar ert þú..."





Friday 16 July 2010

Moonlight


onde a loucura e a gentileza se encontram? ...





Thursday 15 July 2010

Pale blue eyes

sobre um bolero inacabado

ah, mudei de conversa pra não falar, dobrei a esquina para não ver...
jack, jack. tinha aquele outro, aquele outro atalho, não vê? aqueles vinis, todos água abaixo, aquelas uma, duas, três, três fotografias de um palco batido à mão, de um estreito lógico à margem de um nada, de uma idéia tão próxima de outra que poderia parecer irreal, de alguns goles, de todo aquele verbo ser, na terceira pessoa no singular, modo indicativo, presente do indicativo. do que indicaria o que não seria, não seria, não? não, não. não, não... mas foi. não, não disse não. não poderia. gentilmente te colocaria a minha frente, para não ter como não olhar, porque não teria como lembrar de outra coisa, não seria uma promessa aleatória, seria qualquer coisa que pudesses, um tom a mais, um gole ou dois, um cigarro antes de apagar, ah, outro gole, e mais outro, até embriagar-se para esquecer. poderia ser até um sorriso, um passo em falso, uma leitura indireta, algo inacabado, perto de ser ou de desaparecer. poderia ser um único olhar sério, aqueles que você precisa sorrir para não comprometer o coração, para não parar em batidas distantes, imunes... teria que dizer ao meu coração que sou imune, eu disse, mas ninguém me leva a sério, loucura. ninguém me leva a não ser por alguns segundos. então para que falar? o amor engoliu meu silêncio, a loucura roubou tudo outra vez,



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