Thursday 8 September 2011

Just like heaven

sobre o cálculo imaginário de sete passos

tinha um ponto em falso no meio do completo imediato, que dizia, calmamente, embora imediato, pra virar mais uma vez para trás e vê o que deixou-se. então, mais uma vez, foi apostado a visão infernal de ter tudo esvaindo em questão de segundos. aí aquele tiro no escuro, aquele único disparo restante, te vem como o primeiro de uma sequencia de espinhos aleatórios, furando a bolha do ceticismo de uma forma tão violenta, que não é possível se ver a olho nu como queima em contato com a pele, como reage ao chegar do outro lado do globo ocular. de ver o que não faz parte do seu real campo de visão mas ao não fazer, ele pertence ao outro plano irracional que te persegue como a sede de três dias secos. e sinto essa música, esses versos, me envolvendo, me ressucitanto em cinco, quatro, três, dois, um. e o que resta para ver é essa visão no corredor, essa figura na parede, me cegando em sete minutos, como quem apaga um cigarro, um único cigarro no escuro para trazer de volta uma poesia que não resistia em território humano, nada mais seria do que um bang bang com mortes imaginárias, um cenário projetado pra não existir. e agora é um delírio que começa pela última página, nada escrito em relação ao começo, um esboço de realidade ao avesso... e, se - por acaso - não for assim, se essa dor no estômago não explodir antes, eu tenho uma dança involuntária, uma dança pra dois, um passo mal ensaiado em um estado de amargura intragável. e trago a poesia nos seus passos, um labirinto de uma cor só, passando pelo branco, espesso negro, o blue que consome aos poucos, e, por vez, carrega a cor mais bonita. e dessa vez não coloco em linhas por um fim ou pra apagar mas para sufocar dentro de mim e resistir.


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I'll meet you in the light.

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