Sunday 27 December 2009

What I saw

nenhuma sensação é suficientemente suja, capaz de sucumbir ao limite da linha tenuê que escapa dos olhos de quem vê, de quem vê um pouco além da película humana. mas não tem o mínimo sentido você não aceitar uma condição, a sua condição, e passar por cima dela para sofrer uma mutação quase forçada por uma visão mais relativa, mais ampla. por isso temos dois olhos. são visões diferentes. um dos meus olhos consegue ver o absurdo como mais uma forma de lidar com a realidade, a sociedade é uma completa farsa que precisa se adaptar aos modelos novos de seres humanos que foram criados por ela mesma. e não é o que se vê. a sociedade está estacionada em certos pontos e isso nem chega a pesar no meu olho esquerdo, nem chega nele, na verdade. porque no esquerdo, sou humana o suficiente para fazer parte de uma sociedade, com toda a hierarquia e falta de INconsciência. chorar por um adeus, rir de uma falta de senso e eu vi, eu vi por trás, nem lembro as cores, nem se tinham cores, e estava cada vez mais rápido, era como um trago, o primeiro trago, eu não podia nem respirar direito. mas eu vi, quando fechei os dois olhos, vi o que ninguém deveria testar, a resposta para o começo e iria para o inferno se visse o começo de novo, as lacunas. e estar presente em todos os eventos humanos mais humanos possíveis, fazer parte... fazer parte é... é conseguir sair da condição de vítima, para ser mais um. espero que não dê para fazer parte pela metade. metade não é o suficiente, e o meu olho direito não vai querer cegar o esquerdo só para ele não ver de outra forma. vai se fechar ao pouco que ele pode se tornar. não pisque

Sunday 13 December 2009

Never here

a confusão é tão intrigante, te consome tanto, que as vezes é impossível modificar o estado de inércia. e quando a confusão está em um espaço reduzido e você quer sentir os extremos se partindo... não tem braço suficiente para tentar quebrar, não é? é, não tenho. o que tenho são olhos fundos, embora eles tenham sempre sido fundos. de ser paciente. de não ser só um. não são monólogos, não conto com o físico. seria como morrer com as palavras trocadas, absurdas... não seria. não existe 'morreu de algodão', assim como não poderia existir um monólogo com três personagens. os seus três personagens que tem que discordar até no tempo para existir, por não conseguirem manter uma relação com as verdades. e até existiria... tem papel suficiente para escrever, mas não tem, não tem, não tem... não tem nada além da confusão. só um pedaço esquecido, latente, que sem ousar sair, ou pedir para ser real, vaga de um extremo para o outro, de um músculo para o outro, sendo levado para qualquer outro espaço vazio. quase vazio. quase vazia...

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