Monday 7 March 2011

(still) Skip divided

sobre o quase escasso azul e o fake de uma cor real

e aquela voz que arranhava, hoje me corta o coração. era algo pedindo para voltar pro ar e não tinha outra escolha a não ser continuar ali. pairando no mesmo lugar... mas ao fechar os olhos, podia me transportar para outros pedaços além de quatro paredes. além daquela janela do quarto azul. tentando num paradoxo entre os seus braços, sentia um frio se espalhando por todo o corpo mas não era um frio espesso e denso, era deserto, incalculável, irremediável. era um frio causado por um único mergulho que se esvaia a medida que a profundidade aumentava, que as batidas, a unica batida penetrava a íris numa só vez, também, engolindo o resto das cores e do espaço, deixando a confusão visível. não era visível porque não se sabia o que acontecia naquele quarto azul, ele estava vazio. - ela olhava as quatro paredes do quarto, dando voltas completas, tentando visualizar a próxima... a proxima distância. mas a distância as aproximava, não tinha tempo pra ser outra coisa, não tinha mais como ser outra coisa e não foi, não foi fora dali. o azul escurecia, como se o dia chegasse ao fim. era tarde, de tarde e as nuvens enquadradas pela janela desapareciam subitamente, não podia evitar, não podia evitar e o escuro foi enquadrado e iluminou o azul do quarto.

(...)

acontece que quando te encontrei, dentro daquele quarto, o teu doce me remoeu o corpo inteiro, me estraçalhou o seco, o seco intenso e vazio que atormenta os instáveis olhos que te captavam agora, captavam várias vezes a mesma coisa. era como se apagasse a luz para o sol se por e voltar a iluminar quando você a ligasse de novo. acontece que quando eu vi você chegar, era você fugindo e antes de você fugir, espero mesmo que não venha, mesmo que não volte pro azul que te pintei, pro azul que te pertence e me derrete os fios, mastiga o surreal colocando-o em outro plano imaginário, fora do meu, do seu. eu já nem sabia o que dizer, não sabia nem o que calar, nem como calar um avalanche intrinseca de emoções, que já eram desconhecidas no pálido e fulgás estado que me encontrava em tanto tempo. mas não queria parecer mais do que o acaso, porque não faria sentido acabar com tanta realidade enquanto poderia me manter no meu plano inicial, no concreto dos pensamentos que cercavam os absurdos calados, intrépidos e solitários. mas eu quis te roubar, quis te roubar pro meu plano, quis te pintar em preto e branco, quis, em silêncio, você do outro lado. mas quando as palavras voltam, não poderia te encaixar, não queria te ter pra nunca mais pensar na doçura de um se por ao nascer, de um clarão que não seria parte do meu escuro. de uma batida que não iria parar nem pra respirar, um sopro que não movimenta, uma cor que não desaparece. e eu só tinha essa situação pra adentrar minha frieza e sucumbir, para afundar meu silêncio e escapar,

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