Monday 21 July 2008

Don't go*

Insônia vermelha. Mais uma vez. Como se não bastassem lágrimas e sorrisos vermelhos, tenho insônia da mesma cor. A cor vermelha é corrosiva. Ela percorre o seu corpo, suas fiações internas, uma por uma, passando lentamente em questão de segundos até chegar na sua mente e parar a sua respiração, seus batimentos, suas armaduras. Te paraliza por completo, te desarma, e o que mais eu poderia fazer? ...
É tarde, mais ou menos metade do caminho percorrido. Tempo eu tenho, só o procuro para não perdê-lo. Mas a perca é tão subjetiva e fútil. Será? A maior parte das pessoas sofrem de perda, perda de alguma coisa, alguém, algum pedaço, algum momento... Imagino se não pudessem senti-la. Não, calma. Senti-la, mas positivamente. Seria muita petulância, certo? Certo. Essa petulância me faz respirar o ar de forma errada, me faz abraçar para ouvir o grito interno soterrado, gritar para silenciar e silenciar se fechar os olhos para respirar... Mas e a perda?
Perder... é deixar fugir. Deixar escorrer por entre os dedos o que não cabe no coração. Mas na natureza não existe a perda, existe a transformação. A mutação. Então perder é mudar. Transformar a perda em ganho? Isso não é uma afirmação, é outra pergunta para o vácuo. Outra petulância. Então, Natureza. Transforme a minha perda em árvore, e plante a fé que falta em mim. Mas dessa vez, prometo não deixá-la fugir. Estou fechando os olhos...


*I ain't never gonna let you go.

No comments:

About Me

My photo
I'll meet you in the light.

Followers