Sunday 10 August 2008

Don't panic

Quando você acorda vivo e ao passar do dia acontece a morte, você pode ter duas visões de mundo: a passiva e a ativa. Quando se tem a primeira visão, é possível observar as pequenas coisas nas grandes coisas e as grandes coisas nas pequenas coisas. Torna-se mais fácil, até de absorvê-las e diferenciá-las. A visão passiva é indiferente e inerte perante as ações mal pensadas ou calculadas, sádicas ou altruístas dos humanos. Dos humanos, demasiado humanos. A segunda, ativa, contínua, pode ver tudo ao seu modo, e tentar fazer com que as linhas tortas sejam apagadas e fiquem na mesma margem corrente. Ao menos que o ser ativo não seja suficientemente diligente e torne-se passivo, como a maioria violenta é.
No quinto dia houve uma mudança. Ou melhor: duas mudanças. Uma delas, a primeira, é que finalmente posso ouvir. Tem um barulho na minha cabeça, uma música, uma música triste, despótica. Eu sabia que era triste porque podia sentir os poros abertos e feridos do meu coração quando essa música tocou.
A segunda mudança... Existem três visões. Três visões de mundo. As duas primeiras são incompletas, e uma não pode estar perto da outra. Mas na terceira, elas transformam-se em uma só. A visão oblíqua, formada uma pela outra. Uma linha fácil de raciocínio é formada na mente oblíqua, é possível ponderar a situação real, transformando-a de fato em algo verdadeiro, porém simples, não inerte, sem um pingo de tolerância ou empatia. Existem mentes com visões obliquas demais, que apesar de conseguir enxergar o real, preferem manterem-se vivos, na fantasia, no devaneio sem lapsos e sem espaço fixo. Então as expressões são agora vividas oblíquas e recusas, e não há nenhuma idéia que seja ativa o suficiente para determinar alguma ação real e exata, ou pelo menos para agir...

2 comments:

angela bettis said...

isso é daquele livro tu ta lendo?

Unknown said...

não, beibe. it's mine!

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