Thursday 26 June 2008

Bend and break

Se pelo menos eu não me machucar, te encontro do outro lado, na luz. E seria algo como um encontro marcado, embora nenhum de nós tivesse conhecimento de nada. Quando os humanos se encontram, costuma ser aquela troca de histórias sem fim, risos, cumprimentos. Existe toda uma representação cultural por trás dos encontros marcados. Algo programado há algum tempo, mesmo que esse tempo seja alguns segundos inconscientes. Aí você pode imaginar, enquanto estiver se dirigindo para o local, como agirá ao ver o seu rosto perdido, o seu encontro marcado. Esquecem, às vezes, do encontro de corações, de encostar os corações e sentir a dor e a paz dos dias passados, das noites viradas, dos lençóis molhados, dos sorrisos oferecidos e da calma do pôr-do-sol assistido. [...] E ah de você se for pego pelo acaso ou pelo atraso! Que grito alto que levará... que pose arrogante vai suportar. Sempre me atraso. É quase previsível, até. Mas dou minha palavra que não é com a intenção de roubar o tempo de ninguém. Só vejo o tempo como algo quebrado, que todos utilizamos para desperdiçar, perder e acabo me perdendo nele também.
Se pelo menos eu não sufocar, te encontro de manhã, quando você acordar. Você teria tempo? Um minuto? Um passado? Uma lua, um lugar... Teria olhos cortantes, frios como os metais, ou teria os olhos molhados? De tanto dormir, de tanto esperar pelo sol, olhos molhados de sono. Abra os olhos, olha ali na janela, escuta ali na janela... é um novo dia vindo, é um passarinho cantando pra você abrir os olhos e a alma. A gente pode se encontrar quando você acordar. E se a noite for amarga, e também te sufocar, procure-me de manhã, então você despertará.

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I'll meet you in the light.

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