Sunday 20 November 2011

For real

considerações de um pesado novo espaço desmedido - num amargo

se tiver a pretensão de amar algo, não se aproxime muito do foco, não valeria a pena estragar a sua projeção com a realidade. mas se, no caso, sentir que não haverá nada igual - essas coisas a gente sente, como uma contração uterina - se aproxime até você se transformar no foco, pra que perder tempo sem contradições? é uma questão de preencher o vácuo, de internar a íris em uma só cor para transformar tudo que vê num mesmo ponto, num mesmo tom. quando fecho a janela, sinto o peso de algo beirando a existencia falida, querendo tomar conta do ar, feito a fumaça se alastrando no escuro, num céu já cinza. é como ouvir absurdos, pacientemente, observando cada exclamação com toda a sua atenção voltada a insignificancia daquele diálogo, para terminar como um contratempo para a imaginação cósmica. temos medida exata para negar o que somos, é um relógio voltando os ponteiros, sem saber como parar numa hora igualmente exata a medida. outro contratempo. imagino um passeio longo, em uma ladeira molhada, de pedras. existem 3 pessoas passeando, no tempo sete. são três tempos por um só. mas eles não saberiam disso, são três visões, três cegueiras, três caminhos em sete tempos, no tempo exato do ponteiro ao contrário. se sentem atrasados para a mesma coisa, mas uma das tres pessoas, no caminho, pesa o porque do escuro daquelas pedras, e decide andar mais rápido, para não ter tempo de deslizar e ter que esquecer a caminhada. a outra pessoa, caminha pedra por pedra, a paciencia para coisas pequenas, é o alicerce para que elas sejam bem feitas, e, claro: ocupa tempo suficiente para não questionar outros pontos que seriam mais relevantes em grande escala. a ultima pessoa não caminha. ela fica parada.... ela espera alguma coisa acontecer... ela espera porque vai acontecer alguma coisa e ela tem certeza que será suficiente para faze-la sair da inercia do caminho de pedra. os ponteiros do relógio voltam a girar no sentido horário, tudo muda de lugar, o ultimo vê tudo pelo céu aberto, que não mais se encontra na cor da fumaça. mas o tempo sete vira de cabeça para baixo e os três caem. no mesmo lugar... no mesmo buraco. eram três sentidos que acabam num mesmo espaço: o começo do nada.

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