fita branca na janela, desconfiei
pano, véu, flanela, ópio
pra desencardir
luva, pó, sangue paleta
papel tomado a seco
bebo toda a boca falta
para estancar
o ponto vazio entre o lábio pintado
do outro lado do corredor
duas pedras de gelo sumindo, delírio
beira o estorvo comendo o teu nome
limpando os teus gestos, teus beijos
caindo de adeus, afinco - exilado
descasco o pedaço daquela janela
carmim correndo com medo
duas luas, fogo e sal
pra embalar
o corte de sol, partido
bebo toda a boca
estanca
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