Enquanto eu mergulhava, me perguntava se era você ou eu, que
morria.
Se ao te partir, ainda ia restar alguma coisa dentro de mim, de nós.
Ou
se ia esvair-se como a linha que me puxava pra superfície - e encenei não
alcançá-la.
Pediria um cálice cheio de qualquer coisa, pra preencher o vazio
que você deixou,
quando a nossa valsa chegou ao fim.
Qualquer pouco seria o
suficiente para me afogar por completo, pra me deixar.
Te deixar por um instante.
E, virando poeira, meus olhos apagam a chama que me vigiava
do fim ao começo,
num intervalo imóvel.
Pois o azul que me preenche é o mesmo que te
invade, que nos cala.
Que decai sobre os teus cabelos, me despedaçando
Que te fere sem tocar, no embalo
Que me entrega o pesar, diminuto
Que te enterra em nuvens, o silêncio
Que termina em dois passos, a valsa
Que me chama, acende: a última
Que sussurra o par, vazio
O azul que
Perdendo a cor,
Final e presente
Revela ao amorfo, você.